O advogado-geral da União, Jorge Messias, em sustentação oral no STF no caso da uberização - Victor Piemonte/STF
O presidente Lula recebeu quatro ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) para um jantar na terça (14) no Palácio da Alvorada, mas manteve o mistério sobre quem ele indicará para a vaga de Luís Roberto Barroso no tribunal. O magistrado anunciou na semana passada que vai se aposentar.
Ao contrário do que alguns ministros esperavam, o petista não deu indicações claras sobre o nome que deve enviar ao Senado, que precisa aprovar a escolha do presidente. Não afirmou sequer se já tinha uma decisão tomada.
Até agora, o nome que aparece como favorito na disputa é o do advogado-geral da União, Jorge Messias. Mas o presidente não afirmou categoricamente que ele será o escolhido.
Aos magistrados, o presidente disse apenas que estava “definindo” o nome e que eles poderiam ficar “tranquilos”. “Será uma boa escolha. Vocês vão gostar”, afirmou ainda, segundo relatos.
Estavam no encontro os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino, além do ministro da Justiça de Lula, Ricardo Lewandowski, e do chefe da Casa Civil do governo, Rui Costa.
Lula não perguntou o nome da preferência do grupo de ministros, nem deu sinais de que fará isso em algum momento.
Os magistrados, por seu lado, também não fizeram uma indicação clara ao presidente. Mas não escondem que gostariam que ele indicasse o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para substituir Barroso.
Em agosto, Gilmar Mendes afirmou à coluna que “a Corte precisa de pessoas corajosas e preparadas juridicamente. E o senador Pacheco é o nosso candidato. O STF é jogo para adultos”.
Diante da fala de Lula no jantar, os ministros do Supremo também fizeram considerações.
Os magistrados ponderaram que o país enfrenta uma realidade preocupante, citaram dados e afirmaram que um “nome fraco” para o STF pode debilitar a Corte.
Segundo ainda relatos, eles não citaram claramente que Pacheco é o nome preferido do grupo. Mas isso nem seria necessário.
Pacheco tem também o apoio enfático do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Lula, no entanto, teria uma preferência por Messias, e simpatia pelo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.