Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e advogado-geral da União, Jorge Messias • Ricardo Stuckert / PR
A campanha pela indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o STF (Supremo Tribunal Federal), patrocinada por ministros da Corte e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não deve surtir efeitos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lula tende a ignorar a pressão externa e indicar o ministro Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), para a vaga aberta pela saída do ministro Luís Roberto Barroso, de acordo com aliados.
Segundo interlocutores do Planalto, o presidente deve fazer o anúncio até o fim dessa semana até mesmo para poupar Messias de um desgaste de ser indicado.
A aposentadoria do ex-presidente do STF a partir do próximo sábado (18) foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) nesta quarta-feira (15). O anúncio de deixar a Corte antecipadamente foi feito por Barroso na quinta-feira (9).
Lula
Favorito no Palácio do Planalto e no PT, Messias segue como o preferido para a Corte. O principal motivo é justamente ter construído uma relação de confiança com o presidente.
Em reunião no Palácio do Alvorada na terça-feira (14), ministros do STF disseram a Lula que a Corte deve continuar sendo alvo de ataques pelos próximos anos e que o indicado deve ser alguém “firme” na defesa da democracia e das instituições.
Participantes do jantar relataram que o presidente está praticamente decidido pelo advogado-geral da União. Aliados também dizem que o presidente tem manifestado um certo incômodo com as pressões para que ele indique Pacheco.
Além de homem de confiança de Lula, Messias é integrante de Igreja Batista e sua indicação também pode ser um trunfo com o eleitorado evangélico que o presidente tenta se aproximar.
Se confirmado, o AGU pode ser o segundo evangélico no Supremo, depois do ministro André Mendonça, integrante da Igreja Presbiteriana e indicado em 2021 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após a indicação presidencial, o candidato ao STF precisa ser sabatinado e aprovado pelo Senado.