Raquel (Taís Araujo) em Vale Tudo: novela das nove foi ainda menos fiel do que se esperava - Foto: Reprodução/TV Globo
O remake de Vale Tudo chega à reta final comprovando que Manuela Dias teve mais do que uma simples “carta branca” para reinventar a trama. O último capítulo, que vai ao ar nesta sexta (17), consolida a produção como muito além de uma adaptação –uma releitura que se mostrou muito mais independente do que se esperava do clássico de 1988.
Como o Notícias da TV havia noticiado em novembro de 2024, a própria Globo já considerava o folhetim mais como uma “homenagem” do que uma “recriação fiel” da versão original de Gilberto Braga (1945-2021), Aguinaldo Silva e Leonor Bassères (1926-2004).
Esse, aliás, havia sido um dos principais motivos que fez Manuela aceitar a proposta feita por Amauri Soares, diretor dos Estúdios Globo, e José Luiz Villamarim, diretor de dramaturgia, para o remake –já sabendo, de antemão, que levaria muitas pedradas.
As pedras, aliás, foram um pouco mais numerosas do que o esperado. A emissora imaginava que as novidades iam incomodar os mais puristas nas redes sociais, mas foi surpreendida por vozes com bem mais peso do que internautas atrás de um fake no X –da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) a Edgar Moura Brasil, viúvo de Braga.
A repercussão, bem ao estilo “falam mal, falem bem, mas falem de mim” foi crucial para que a Globo lucrasse –e muito– com Vale Tudo. A novela teve um desempenho publicitário que surpreendeu até os mais otimistas, com os intervalos disputados a tapa no capítulo em que Odete (Debora Bloch) foi assassinada.
Nesse ponto, Vale Tudo esbarrou muito no que a líder de audiência já vinha sofrendo com o BBB: uma grande repercussão nas redes sociais, alto faturamento, mas críticas muito volumosas tanto nas redes quanto na imprensa especializada.
No fim das contas, Vale Tudo cumpriu seu papel: gerou debate, dividiu opiniões e manteve o público ligado até o último minuto. A Globo conseguiu transformar o remake em um fenômeno de engajamento e faturamento, ainda que à custa de controvérsia. E, assim como Odete Roitman, o remake também entra para a história –não por agradar a todos, mas por ser impossível de ignorar.