Fiéis celebram missa solene do Círio na Catedral Nossa Senhora de Nazaré

A Catedral Nossa Senhora de Nazaré, em Rio Branco, ficou lotada na noite deste domingo, 12, para a celebração da missa solene que marcou o ponto alto das festividades do Círio de Nazaré, uma das maiores expressões de fé católica na capital acreana. Presidida pelo bispo Dom Joaquin Pertíñez, a celebração reuniu centenas de fiéis que, com velas, cânticos e orações, expressaram sua devoção à padroeira da cidade.

A missa ocorreu após a procissão do Círio de Nazaré, que percorreu a região central da capital, saindo das margens do Rio Acre e encerrando com a caminhada até a Diocese.

Em sua homilia, Dom Joaquin destacou o sentido espiritual da celebração e o papel de Maria como símbolo de fé, esperança e amor materno. “Sente-se junto ao seu povo, também. Hoje, nossa Igreja celebra e festeja a pessoa de Maria sob dois nomes ou devoções, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora Maria de Nazaré. Festa em todo o Brasil, também aqui em Rio Branco, onde temos Maria de Nazaré, padroeira da nossa cidade. E desta catedral, a quem foi dedicada, aparece acima da porta principal. Essa Senhora marcou a história da nossa Igreja desde as suas origens. Por isso nós lembramos o encontro das imagens no Rio Acre. Com diferentes nomes e devoções, ela sempre esteve presente junto ao seu povo. Também aqui, nesta terra acreana, nos momentos mais difíceis e de grandes provações”, afirmou.

Durante a missa, o bispo relembrou os tempos em que os seringueiros, em meio às dificuldades e ao isolamento, encontravam consolo espiritual na oração à Virgem Maria. “Com certeza, era o único consolo que encontravam naquele barraco perdido no meio da mata. Hoje, festejamos Maria com esse título tão bonito e tão sugestivo: Maria, semente de esperança e rainha da criação. O lema ecoa o jubileu deste ano de 2025, convocado pelo Papa Francisco: peregrinos de esperança. Esperança, do latim spes, significa esperar com confiança. Ninguém na história da humanidade foi maior exemplo dessa virtude do que a Virgem Maria”, pontuou.

O bispo também ressaltou o simbolismo do tema deste ano, que destaca a esperança e o cuidado com a criação, em referência à Amazônia. “A cor verde, predominante ao fundo, é símbolo da nossa floresta, pois remete à esperança silenciosa, meditativa. Mas também representa a certeza de que ela nos acompanha enquanto caminhamos rumo ao Reino de Deus, do qual é rainha da criação. A partir de Maria, como rainha da criação, devemos também assumir nossa condição de criaturas de Deus, cuidando de toda a criação, nosso planeta Terra, nossa casa comum”, relatou.

Em um dos momentos da homilia, Dom Joaquin falou sobre o olhar materno e acolhedor de Maria, capaz de consolar e fortalecer os fiéis. “Podemos ver a esperança estampada nos rostos dos fiéis que, ano após ano, percorrem as ruas da cidade demonstrando sua devoção àquela que, segurando-nos pela mão, nos conduz até Deus. A esperança também brilha no olhar de Maria de Nazaré, um olhar que não impõe, mas acolhe, um olhar materno, doce, cheio de amor, que consola, fortalece e jamais abandona”, destacou.

Dom Joaquin também fez questão de reconhecer o esforço coletivo que antecedeu o Círio, com ações sociais e pastorais que envolveram diversos grupos da Igreja. “Houve uma grande preparação para celebrar a festa de hoje, com grande participação de numerosos grupos de trabalho. Visitas a famílias com doentes e idosos, auxílio social com grande número de participantes, auxílio catequético com representação de crianças e jovens, e auxílio musical com shows em homenagem à Nossa Senhora. Assim encerramos hoje este período de trabalhos e homenagens a Maria de Nazaré”, salientou.

Ao final da missa, o bispo convidou os fiéis a seguirem o exemplo de Maria e viverem o Evangelho com amor e esperança: “Devemos permanecer na escola de Maria, escutando sua voz e seguindo seus exemplos. Devemos ser discípulos como Maria, e como ela guardava e meditava tudo no seu coração, também devemos ser missionários, levando Jesus a todos os nossos irmãos. Maria de Nazaré, depois deste desterro, mostra-nos Jesus, o bendito fruto do vosso ventre. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém”, finalizou.