Um levantamento da SaferNet Brasil, divulgado nesta segunda-feira (6), identificou casos de deepfakes sexuais em escolas de dez estados brasileiros, incluindo o Pará. O estudo apontou 16 episódios, com 72 vítimas e 57 agressores, todos menores de idade.
As deepfakes sexuais são montagens digitais que utilizam inteligência artificial para criar imagens ou vídeos com nudez ou teor sexual sem consentimento. O estado de São Paulo lidera o ranking, com quatro registros, mas o Pará também aparece entre os locais com casos confirmados, o que acende um alerta sobre o uso da tecnologia no ambiente escolar.
“Esses casos mostram que o ambiente digital está sendo usado para reproduzir violências de novas formas, especialmente entre adolescentes”, destacou o relatório da SaferNet.
A maioria das ocorrências foi registrada em escolas particulares, mas a entidade alerta que o número real pode ser muito maior, já que não existe monitoramento oficial sobre o tema no Brasil.
O levantamento integra a pesquisa “Uso indevido de IA generativa: perspectivas sobre riscos e danos centradas nas crianças”, financiada pelo fundo SafeOnline, administrado pelo Unicef.