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Bittar diz que apoio a Mailza depende de Gladson e governador sinaliza ficar no cargo

Por
Whidy Melo

Durante um evento institucional do governo do Acre nesta quinta-feira (9), o senador Márcio Bittar (PL), presidente estadual do partido, declarou que ainda não oficializou apoio à pré-candidatura da vice-governadora Mailza Assis ao governo do Estado porque está aguardando uma definição do governador Gladson Cameli (PP). A fala do senador, carregada de expectativa e diplomacia, veio acompanhada de uma sinalização política surpreendente do próprio chefe do Executivo: Cameli afirmou que está disposto até a abrir mão de uma nova candidatura para manter a unidade do seu grupo político.


O evento, realizado na sede do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (DERACRE), em Rio Branco, teve como pauta principal a assinatura de ordem de serviço para a construção de pontes, mas foi inevitavelmente dominado por especulações sobre as eleições de 2026.


“Isso está na mão do governador”, diz Bittar

Questionado sobre o motivo de ainda não ter declarado apoio à correligionária Mailza Assis, o senador Márcio Bittar disse que espera que Gladson diga a “hora certa”. “Isso está na mão do governador Gladson Cameli. Ele sabe a hora certa. Ele sabe como ninguém, tem a sensibilidade de alguém que foi deputado federal duas vezes, senador, governador eleito e reeleito praticamente sozinho no segundo mandato dele. Praticamente nenhum de nós que estávamos com ele em 2018, estávamos em 2022. Mesmo assim, ele se reelegeu no primeiro turno. Então alguém com esse currículo está preparado, com a habilidade suficiente, para fazer a aliança necessária. Eu estou bem tranquilo com o Gladson, está tudo bem”, afirmou.


Ao ser questionado se apoiaria quem o governador definisse, o próprio Gladson interrompeu e surpreendeu ao dizer que está disposto a abrir mão de uma possível candidatura, inclusive à reeleição ou ao senado, caso isso seja necessário para manter o grupo político unido.


“O que importa é o seguinte: a questão do senado já está pacificada. Eu e o Márcio Bittar estamos alinhadíssimos e, como ele mesmo disse, temos uma palavra que compartilho com ele, que é gratidão. Eu sou muito grato ao Márcio. E assim, eu penso num projeto amplo para o Acre. Se eu tiver que não ser candidato e ficar no governo, até isso eu sou capaz de fazer por uma composição ampla, pra que a gente possa sair unidos, porque é um governo de continuidade”, explicou.


A fala de Gladson foi interpretada nos bastidores como um alerta ou até uma “ameaça velada” a aliados que desejam precipitar definições sobre o futuro político do grupo. Ao dizer que poderia desistir de disputar qualquer cargo, Cameli parece querer reforçar que ainda é o maior fiador da unidade e do sucesso eleitoral do seu campo político.


Mailza sente ausência de apoio, mas mantém postura conciliadora

Enquanto isso, a vice-governadora Mailza Assis, que já se colocou como pré-candidata ao governo, também comentou a ausência de apoio de duas figuras-chave do seu partido: o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, e o próprio Bittar – ambos presentes no mesmo evento.


“Eu tenho a minha candidatura, esperava muito que ele [Bocalom] apoiasse, porém, ele ainda não tomou essa decisão”, disse Mailza. Questionada sobre o silêncio de Bittar, ela respondeu com serenidade que o parlamentar tem “direito e liberdade para isso”.


Ao ser perguntada se cobraria o apoio do senador, com quem compartilha a legenda e uma história de alianças passadas, ela afirmou: “Não, eu já apoiei, já pedi o apoio dele, já conversei. Da minha parte, a minha parte eu fiz. Mas se ele ainda não decidiu, ele está deixando para decidir lá na frente. Mas a vida continua e as coisas acontecem”, concluiu.


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Whidy Melo