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Moradores do Acre precisam, em média, de 8,6 meses de trabalho para custear a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), caso reservem 30% da renda mensal familiar para esse objetivo.
O dado coloca o estado na primeira posição entre as unidades da federação em que o processo é proporcionalmente mais caro, de acordo com levantamento da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), com base em informações dos Detrans, do Centros de Formação de Condutores (CFCs) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O custo médio da CNH das categorias A e B no Acre é de R$ 3.302,33, enquanto a renda média per capita é de R$ 1.271. Embora o valor não seja o mais alto do país, Rio Grande do Sul (R$ 4.437,77) e Bahia (R$ 3.467,83) têm taxas maiores, o baixo rendimento médio dos acreanos faz com que o processo de obtenção da habilitação pese mais no orçamento das famílias acreanas.
Em seguida, aparecem Bahia (R$ 3.467,83) e Amazonas (R$ 2.706,67), onde o tempo estimado para pagar o documento é de 8,4 e 7,2 meses, respectivamente. O Maranhão (R$ 2.300,00) e Pernambuco (R$ 2.870,00) completam a lista dos cinco estados em que o processo demanda mais tempo de trabalho.
O cálculo utiliza o parâmetro da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que considera saudável comprometer até 30% da renda mensal com um objetivo específico, como o pagamento de uma dívida ou a aquisição de um bem. Acima desse percentual, o orçamento familiar pode ficar comprometido, aumentando o risco de endividamento.
A diferença entre as regiões revela a desigualdade de acesso à primeira habilitação no país. Enquanto um acreano levaria mais de oito meses para custear o documento, um morador de São Paulo ou do Distrito Federal precisaria de menos de dois meses, já que nesses locais o valor médio da CNH equivale a aproximadamente meio mês de renda.