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Perdi o medo

Por
Narciso Mendes

Quando criança, o bicho que mais me dava medo era o comunismo.  


E por quê? Por que o comunismo, mundo afora e em particular, no nosso país, não parecia ser uma espécie em extinção. Mas o seu tiro de misericórdia veio acontecer quando a China foi se transformando num dos principais países capitalista do mundo. Bem à propósito já disputa com os próprios EUA no quesito liberdade econômica.


Se no nosso país não vamos encontrar um único dos nossos 27 governadores filiados a nenhum um dos partidos comunistas, já que no passado eles existiram e copiando as suas mais diversas versões: a chinesa, a russa, a coreana e a vietnamita, entre outras, e no presente, enquanto comunistas apenas são lembrados e ocasionalmente, do referido regime, o mundo inteiro vem perdendo o medo.


Presentemente, somente àqueles que acreditam no Saci-Pererê, na Mula sem cabeça, no Boitatá e no lobisomem continuam temendo o regime comunismo. Deste personagem só saio em defesa do Papai Noel, pelas esperanças que ele desperta às nossas criancinhas.


Se entre os nossos 81 senadores nenhum deles se diz comunista e entre os nossos 513 deputados federais pouco mais que meia dúzia deles continua filiados ao PC do B, jamais poderemos temer numa espécie política que vem continuamente minguando e caminhando para a sua própria extinção?


Se o hoje Ministro do STF, Flávio Dino, adentrou ao nosso mundo político filiado ao PC do B e o ex-deputado federal, Aldo Rabelo, deteve seus seis mandatos, também filiado ao PC do B, nada mais precisa ser dito, tampouco explorado, em razão das suas passadas opções políticas.


Quando Deng Xiaoping, sucedendo Mao Tsé Tung, chegou a dizer que não interessava a cor do gato, mas sim, que o mesmo caçasse ratos, ora percebemos que o mesmo estava se reportando a economia da China e não ao seu regime político.


Lamentável e infelizmente, a despeito de sermos um dos países do mundo a dispor de uma imensidão de recursos naturais, não formos capazes de transformá-los em riquezas. E por quê?


Porque politicamente, os nossos representantes não foram capazes de transformar os nossos recursos em riquezas. Sim e tão somente, porque disputavam os mais altos escalões nas nossas esferas de poder.


A polarização política que ora estamos enfrentando é produto de um radicalismo político, e o pior ainda, de natureza pessoal, e isto ainda vai nos cobrar um altíssimo preço. Bem disse Bertolt Brecht: “maldito é o país que precisa de herói”. Daí não tê-los, Lula e nem Jair Bolsonaro, sequer como candidatos a herói.


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Narciso Mendes