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Prefeitura quer retirar vulneráveis do Papoco e colocá-los em casas populares

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Da redação ac24horas

O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos de Rio Branco, João Marcos Luz, concedeu entrevista neste domingo (5), durante a última noite do Festival da Macaxeira, realizado no Horto Florestal. O gestor abordou temas como a mudança do Centro Pop, a proposta de retirada dos moradores do Papoco e suas perspectivas para as eleições de 2026.


João Marcos iniciou agradecendo ao prefeito Tião Bocalom pelo convite para assumir a pasta. “O prefeito me convidou para ser secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, e eu aceitei porque sabia que lá havia uma equipe técnica muito boa, uma turma que realmente faz assistência social, não assistencialismo. Então, decidi enfrentar os problemas reais que temos”, disse.


Segundo ele, a antiga localização do Centro Pop no centro da cidade era um dos grandes desafios da gestão. “O Centro Pop estava ao lado de uma boca de fumo. E, se queremos fazer políticas públicas de verdade, temos que entender que as pessoas em situação de rua não estão ali por banalidade. Trata-se de um problema de saúde pública”, destacou.


O secretário afirmou que houve redução significativa no número de pessoas em situação de rua após a mudança do Centro Pop para o bairro Castelo Branco. “Todos os nossos serviços foram reorganizados, com o apoio dos restaurantes populares. Só aí, cerca de 40 a 50 pessoas deixaram de frequentar o local. Muitas delas não estavam em situação de rua, apenas se aproveitavam do equipamento público”, explicou.


Foto: Sérgio Vale

Luz acrescentou que a nova sede trouxe resultados positivos. “Hoje, atendemos cerca de 400 pessoas, número que antes era de 700. Conseguimos retirar 17 pessoas das ruas em três meses. As que permanecem estão começando a entender que precisam mudar de vida”, afirmou.


Ele também disse que a comunidade do Castelo Branco está satisfeita com o novo centro. “Os moradores não têm reclamações. Lá oferecemos aulas de violão e, em breve, iniciaremos cursos de confecção de camisetas. O Centro Pop se tornou um espaço de acolhimento e reintegração social”, completou.


FOTO: WHIDY MELO

Situação do Papoco e programa Minha Dignidade

Sobre o relatório referente aos moradores do Papoco, João Marcos relatou que o prefeito Tião Bocalom ficou impactado com a situação. “Lá temos crianças e idosos em meio ao tráfico de drogas, com 17 pessoas vivendo em condições precárias. É uma realidade triste, uma cracolândia escondida. Precisamos ter coragem para enfrentar esse problema, com o apoio do Ministério Público, Tribunal de Justiça, Governo do Estado e outras instituições”, afirmou.


Luz destacou que a retirada das pessoas do local é uma das prioridades do prefeito. “O Papoco vai do Cristo Redentor até o Instituto São José, com cerca de 70 barracas e 158 pessoas. É possível, em um único dia, realocar todos para um espaço digno, com rede de água e esgoto. O desafio é garantir que ninguém volte a ocupar a área”, disse.


O secretário afirmou que as famílias serão contempladas com casas populares do programa Minha Dignidade. “O projeto está bem avançado. O prefeito decidiu entregar as casas por etapas, e parte delas será destinada às famílias do Papoco. Apenas quatro famílias resistem em deixar o local, mas vamos convencê-las de que ali não é lugar para viver”, garantiu.


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