O Palácio do Planalto negocia uma trégua com o União Brasil e com o PP, dois partidos que ameaçam deixar definitivamente o governo nesta semana com as possíveis saídas de Celso Sabino (União), do Turismo, e André Fufuca (PP), do Esporte.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse à CNN Brasil ter conversado sobre o assunto com o presidente da federação União Brasil-PP, Antonio Rueda.
“Foi uma conversa na política, sobre governo e base aliada. O presidente Lula gostaria que os dois ficassem. Vamos ver o que dizem os partidos. A composição do governo objetiva a governabilidade e se pudermos nos entender eleitoralmente, ainda em que em alguns estados, seria bom”, disse.
Além dela, o próprio presidente Lula tratou do assunto com o líder do PP na Câmara, deputado Luizinho (RJ).
Outros emissários do Planalto também debateram com a cúpula da federação uma trégua com o partido e consequente permanência dos ministros.
São eles o presidente do PT, Edinho Silva, e o ministro da Previdência, Wolney Queiroz. Ambos procuraram o presidente da legenda, Antonio Rueda, em busca de um acordo com que garanta um armistício entre o Planalto e partido.
O principal argumento utilizado pelos governistas, segundo fontes, foi o de que Lula deve vencer as eleições de 2026 e que é possível abrir negociações de palanques estaduais para apaziguar a relação.
Outro argumento utilizado foi o de que é necessário evitar que a tensão escale e se transforme em guerra, com prejuízos de ambos os lados, como as que tiveram Jader Barbalho e Antonio Carlos Magalhães, em 2000, e Roberto Jefferson e José Dirceu, em 2005.
Até agora, porém, o União Brasil trabalha com a ideia de manter apoio ao governo nas pautas legislativas de interesse comum, mas não pretende recuar na determinação de que seus filiados entregassem os cargos.
A cúpula do partido deu prazo para que Sabino deixe o cargo até terça-feira (7) e, se isso não ocorrer, haverá uma reunião na quarta para votar o parecer pela sua expulsão, conforme adiantado pela CNN Brasil.
O ministro resiste, pois, tem pretensão de se candidatar ao Senado em 2026 e conta com a vitrine da COP de Belém, seu reduto eleitoral, para potencializar sua candidatura.
A CNN Brasil procurou Edinho, Rueda e Wolney, mas eles não se manifestaram.