Cinco anos e cinco meses depois, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda não julgou o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), acusado de comprar respiradores superfaturados e ineficazes no tratamento de pacientes graves de Covid-19. A reportagem é de Andreza Matais, no site Metrópoles.
A ação penal foi aberta em abril de 2020, e em setembro de 2021 o governador se tornou réu, após a Corte aceitar denúncia do Ministério Público. O relator, ministro Francisco Falcão, destacou indícios de que Lima acompanhou e interferiu no processo de compra emergencial, liderando a negociação que envolveu sobrepreço e até uma empresa de vinhos na venda dos equipamentos.
Segundo a acusação, os respiradores foram adquiridos por R$ 110 mil cada, embora o preço de mercado fosse cerca de R$ 17 mil. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 2 milhões. A defesa nega todas as acusações.
Mesmo após se tornar réu, Wilson Lima se reelegeu, está em seu segundo mandato e já articula candidatura ao Senado em 2026. Durante seu governo, o Amazonas enfrentou o colapso da saúde em Manaus, com mais de 60 mortes por falta de oxigênio e pacientes transferidos às pressas para outros estados.
De acordo com o Metrópoles, o presidente do STJ, ministro Herman Benjamin, pediu que nenhum novo tema seja incluído na pauta da Corte Especial até a conclusão dos casos em andamento. Na prática, o processo contra o governador não será analisado neste ano.
A Corte Especial é responsável por julgar processos contra governadores e é composta pelos 15 ministros mais antigos do tribunal.