Foto: David Medeiros
Moradores do Ramal da Galiléia interditaram na manhã desta quinta-feira, 02, os dois sentidos da rodovia AC-40, no trecho conhecido como Top-15, em protesto contra as más condições da estrada e a falta de transporte escolar para os estudantes da região.
Durante a manifestação, apenas ônibus de linha chegaram a ser liberados para passagem, mas a rodovia permaneceu bloqueada para os demais veículos, causando congestionamento e buzinaço no local.
Segundo os manifestantes, a paralisação foi motivada pelo descaso da Prefeitura de Rio Branco (PMRB). Uma das moradoras conhecida como ‘baiana’ afirma que há recursos para o serviço no ramal.
Foto: David Medeiros
“Faz muito tempo que nós estamos atrás e nós conversamos com o coronel Ulysses. Ele conseguiu uma verba, uma emenda muito boa pra fazer o ramal e está no cofre da prefeitura. O senhor Eracides Caetano botou as máquinas aqui dentro, fez uma raspagem e aí ele já foi embora, trocou todas as máquinas e foi embora. E nós estamos aqui reivindicando a volta das máquinas pra saber o que ele vai fazer sobre o nosso ramal. Nós não somos porcos pra viver dentro da lama”, afirmou uma das líderes do movimento.
O morador Aroudo Monteiro Rodrigues também criticou a gestão municipal e apontou falhas na execução das obras. “Agora o que acontece é que a vossa excelência, senhor prefeito, está mal assessorado. O assessor dele, chefe dele de terraplanagem, não entende nada. Vou ficar na sua cola até você mandar o ramal direitinho, mandar o pessoal que entenda de terraplanagem, mandar asfaltar, mandar picha”, disparou.
A questão do transporte escolar também foi alvo de críticas. A moradora Rita de Cássia relatou que dezenas de crianças ficaram sem acesso à escola após a redução da frota. “De um mês pra cá, nossos alunos não estão indo pra escola, por conta que não tem um carro escolar, foi retirado. Tá levando 12 crianças a demanda agora, sendo que nosso ramal habita mais de 70 crianças. Então, as outras que tão ficando pra trás, a mãe tem que se virar pra vir na lama, no sol, andando, tem criança que tem 8 quilômetros de ramal para dentro e vem andando. Isso é injustiça”, criticou.
Foto: David Medeiros
A estudante Samili, moradora do ramal e aluna da escola da região, também expôs a dificuldade. “A gente tá à procura de melhoria pro nosso ramal e também transportes escolares, porque na maioria das vezes a gente não tem transporte pra ir pra escola. Temos que revezar, alguns alunos ficam e outros vão. Agora eu te pergunto: no final do ano, como que a gente vai passar sem saber o conteúdo? Muitas vezes chegamos à escola com a roupa toda suja de barro. Tem pessoas que já estão com mais de cem faltas. E no final do ano, como é que vai ser?”, questionou.
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