Gladson se emociona e lembra que filho foi fundamental em processo doloroso

Por
Marcos Venicios

O governador Gladson Cameli abriu o jogo sobre muitos assuntos em entrevista ao jornalista Roberto Vaz, durante a transmissão do Programa do Bar Vaz, no ac24horas, exibido simultaneamente no Youtube, Facebook e Instagram nesta quinta-feira, 2. O chefe do executivo acreano iniciou o bate-papo de mais de 50 minutos afirmando que é um homem comum, mas que sempre leva a vida pensando no próximo. “Eu tenho Deus no coração. Eu erro, sempre dou dois passos para trás e para frente, mas sempre colocando o povo do Acre em primeiro lugar. O sonho meu de governador é comer um quibe de arroz tranquilo e presenciar o carinho das pessoas. Uma senhora no saguão do aeroporto me deu um abraço e disse que quero lhe agradecer porque eu fui sorteada nas unidades habitacionais que vão ser entregues em breve. Eu fiquei tão feliz, que apesar de qualquer problema, você sente que foi útil, que deu certo”, disse.


O tom da entrevista subiu após o jornalista questionar o governador sobre as críticas do presidente da Apex, Jorge Viana, ao comparar as gestões petistas com a dele. Cameli afirmou que Viana jamais enfrentou uma pandemia de Covid-19. “Eu só lamento. Só não enxerga quem não quer. Se ele acha que defender a vida, no momento em que o mundo recebeu a maior pandemia, se ele não reconhece isso. Quando eu assumi o governo em 2019, nós sabíamos a situação do Estado. Ninguém me avisou que nós íamos pegar a maior pandemia e a crise sanitária do mundo. Nós conseguimos alinhar as contas em 2019, renovar a credibilidade financeira do Estado e em 2020, que era o ano de executar, eu fui surpreendido a pandemia. Graças a Deus o prejuízo com a sociedade não foi tão grande graças as vacinas. O Jorge Viana continua sendo Jorge Viana. Quero convidá-lo para inaugurar maternidade, as unidades habitacionais, mostrar os aeródromos que nos ajuda a salvarmos vidas. A política é isso, tem uns que puxa para trás, pro lado e pra frente, mas eu procuro viver, vivenciar e ter consciência do que eu fiz e não fiz”, frisou.


O governador citou que durante a sua gestão vários avanços na saúde foram feitos. “Mais de 400 transplantes foram feitos, teremos cirurgias de mama. Estamos no final burocrático para aumentar o potencial o funcionamento do Hospital de Brasileia. Teremos o Pet Scan para fazer um exame completo do corpo para identificar qualquer tipo de problema de saúde. O secretário Pedro Pascoal tem feito um bom trabalho”, pontuou, ao destacar também que a equipe economia e de planejamento do Estado estão afinadas, viabilizando muitas ações de governo.


Cameli voltou a reclamar sobre a politização da gestão por adversários. “O Acre é um estado politizado. Como é que eu vou falar de eleição no ano que vem se eu não fizer 2025. Como as eleições estão antecipadas, isso é ruim para quem é gestor, para quem está sentado na cadeira”, destacou.


O chefe do Palácio Rio Branco também comentou sobre a recente visita de Lula ao Acre. “Ele me disse que ficou impressionado com a recepção do povo do Acre. Ele é nosso presidente da república. O senhor é bem-vindo, eu preciso do senhor. Tem governador que não recebeu o presidente. Toda vez que esse homem vem aqui, ele traz dinheiro. A BR-364 tá na fase de ordem de serviço. Tem gente que fala, mas já tamo no inverno, mas não importa, o importante é que o recurso chegou. Essa maternidade e unidades habitacionais são de convênio com o governo federal”.


Perguntado sobre como avalia o governo Lula, Cameli pontuou que é de direita, mas afirma que o presidente “tem tentado acalmar o Brasil pós-eleição disputada. Eu avalio bem a gestão dele” e que se tivesse a terceira oportunidade ser governador, não hesitaria. “Eu disputaria ter chance do terceiro mandato. Eu amo ser governador. Ser governador é um doutorado para vida. E quando cai ficha que você é porto seguro da população é algo grandioso”, disse.


Sobre a demora em alguns feitos, Cameli afirmou que ação que “ainda não chegaram, vão chegar”. “Eu quero entregar o Estado saneado, com as contas pagas. Estamos dentro do planejamento. Os números estão batendo”, frisa ao relembrar que em sua gestão o Agronegócio do Acre cresceu mais de 100%. “Eu recebi esse relatório hoje. O Tchê tá indo para o campo. Estamos no café, suínos, em todas as áreas. Isso é fruto de trabalho e do esforço de nosso empreendedores”, disse.


Sobre a vice-governadora Mailza Assis, Cameli destacou o quanto ela “guerreira, leal e fiel”.


“Foi minha primeira suplente, depois virou senadora, e agora vice-governadora. Se tudo continuar como está, ela vai assumir a cadeira de governadora”, enfatizou.


Já sobre o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Nicolau Junior, Cameli o classificou como “irmão”. “Das mesmas palavras que falo da Mailza, eu falo do Nicolau, irmão, guerreiro e humilde. Hoje você vê uma paz na Assembleia. Antes as emendas dos deputados tinham emendas de R$ 200 mil, hoje é R$ 4 milhões. Logico que tem os que critica, mas noto uma harmonia muito bem entre os poderes e o Nicolau tem ajudado nisso”, destacou.


Gladson também comentou sobre o rompimento político com o senador Alan Rick e afirmou que um dos motivos seria a antecipação da disputa política. “Encontrei com ele segunda-feira, num voo que tava indo para Brasília. Justamente a antecipação de eleição que dá essas crises. É natural que todo mundo coloque o nome para disputar o governo. Todo mundo quer. Isso é bom fortalece a democracia”, disse.


sobre a Operação Ptolomeu, onde o governador responde a um processo no Superior Tribunal de Justiça, ele se emocionou com o episódio. “Passei por momentos dificeis. Eu vou lhe dizer duas frases. Eu era um Gladson até 16 de dezembro de 2021 e nasceu um outro Gladson após esse episódio. Eu não desejo isso para o meu pior inimigo. Isso deu muito prejuízo para o Estado, eu confio na justiça, agora tem uma meia-duzia que diz que eu vou ser afastado. Se eu for condenado, tenho milhões de recursos ainda. Não estão me prejudicando não, estão prejudicando o Estado. Estão criando factoides para mudar o foco de uma administração que está dando certo. Qual o governador que chegou no final do segundo mandato com aprovação de 70%? A gente conta nos dedos”, disse.


Cameli ainda destacou que quem torce contra a derrota dele na justiça, vai perder. “A parcela que posta contra contra vão perder, vão ter que me engolir e vou ser candidato ao senado”, disse.


O governador se emocionou ao lembrar que sei filho Guilherme foi o seu principal esteio durante o processo. “Mãe e meu filho me ajudaram muito. Meu filho foi uma benção de Deus. Eu não sei te responder isso. Hoje eu sinto o quanto foi dolorido aquele momento. O poder pelo poder eu não quero. Eu quero o povo. Mesmo com toda fragilidade que passei, o meu filho foi um campeão. Eu não pude falar com o meu pai. Graças a Deus eu tive muito Deus no coração e meu filho é tudo. Dizem que governador não poder chorar, mas eu choro”, disse Cameli emocionado. Ele revelou que seu pai, o empresário Eládio Cameli deve vir ao Acre nos próximos dias passar umas férias com os netos.


Num tom descontraído, Gladson comentou também a pré-candidatura ao senado do deputado Eduardo Veloso, mas lembrou: “Tudo bem, mas ele vai ter quer conversar com o Márcio Bittar”, disse em tom irônico.


Cameli também não fugiu da polêmica crise política causada pelo projeto de Anistia para livrar da prisão dos manifestantes do 8 de janeiro e o ex-presidente Jair Bolsonaro por golpe de Estado. “Depende do caso. Você não pode politizar a situação. O ministro Alexandre de Moraes poderia ter se colocado como impedido nesse processo do Bolsonaro. Acredito que isso teria evitado o conflito no país até porque ele é um dos alvos, mas você sabe que quem manda é a população brasileira. Não tenho opinião formada sobre esse assunto. Eu também não tô dizendo que sou contra. Eu respeito cada poder , cada um fazendo o que tem que ser feito”, disse.


Assista à entrevista:


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Marcos Venicios