Foto: Jardy Lopes
O segundo dia do Exporta Mais Amazônia 2025 reuniu não apenas empresários do setor agroindustrial, mas também representantes da produção artesanal indígena. Entre eles esteve Erana Kambeba, indígena do povo Kambeba, natural de Manaus (AM) e residente na terra indígena Katukina-Kaxinawá, em Feijó (AC).
Durante a rodada de negócios nesta terça-feira, 30, Erana apresentou os produtos de sua empresa, voltada ao artesanato cultural dos povos indígenas da Amazônia. “A minha empresa é do segmento de artesanato cultural dos povos indígenas da região norte e nós trouxemos aqui uma proposta de produtos feitos à base de miçanga, de sementes de açaí, que são sementes da região, que são beneficiadas na própria região. Também trabalhamos com palha, com chila, que é uma palha própria da nossa região, da nossa floresta, e outros produtos que são produtos feitos baseados no nosso conhecimento ancestral e cultural. Porque, como eu sempre digo, nós não vendemos só joias e adornos, nós somos uma história de luta e resistência dos povos indígenas da Amazônia”, pontuou.
Foto: Sérgio Vale
A participação rendeu frutos imediatos: segundo Erana, a primeira negociação internacional surpreendeu positivamente. “Sim, foi muito produtiva, vamos produzir catálogo e assim foi muito mais do que eu esperava, porque essa primeira empresa de Londres, ela abraçou a nossa cultura, abraçou a nossa história e nós vamos fazer parceria”, ressaltou.
Ao avaliar a importância do evento, o indígena destacou a oportunidade criada pela ApexBrasil para aproximar os povos tradicionais dos compradores estrangeiros. “A realização da Apex é uma oportunidade de abrir as portas internacionais para os nossos produtos locais, porque nós não temos como ir até a Europa, até a Ásia, e os compradores, eles vêm até nós para conhecer o nosso produto e adquirir na nossa casa”, pontuou.