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Acordos e não conchavos

As democracias contemplam os acordos, jamais os conchavos, nem mesmo à pretexto de pacificá-las.


Tentativas de golpes de Estado, quando devidamente comprovadas, não devem e nem podem ser anistiadas, menos ainda, de forma ampla, geral e irrestrita. Do contrário, com o passar dos tempos os golpistas ressurgirão e com os mesmos ou piores propósitos.


Se em matéria de golpe de Estado o nosso país já conta com mais de uma dezena deles, o ora em debate, não poderá ficar impune, pois se isto vier acontecer, resta-nos esperar pelo próximo golpe.


Não apenas pelo que aconteceu no dia 08/01/20223, e sim, pelas diversas tentativas golpistas que já haviam ocorrido anteriormente, a trama ora em debate já vinha sendo desenvolvida e posta em prática, sobretudo, após a declaração dos resultados eleitorais que determinaram a derrota do candidato Jair Bolsonaro, nas eleições de 2022.


Como nos crimes de multidão identificar e individualizar o grau de culpabilidade e criminalidade de cada um dos seus integrantes, redundâncias à parte, é o mais desafiador entre todos dos desafios, nem sempre as suas condenações e as absorções, correspondem ao que deveríamos esperar da própria e efetiva justiça.


Portanto, entre uma anistia ampla, geral e irrestrita, e reaver algumas punições que se revelaram demasiadamente severas, se estivéssemos caminhando rumo à pacificação, nada mais aconselhável.


Que velhinhas com bíblias nas mãos e não a serviço do golpismo sejam anistiadas, nada contra, mas anistiar àqueles que planejaram e executaram as depredações das sedes dos nossos três poderes, a estes, a anistia jamais poderá contemplá-los.


Foi sim, o pessoal que se encontrava instalado nos andares de cima de nossa estrutura de poder que incentivaram todas as ações que resultaram no que aconteceu no dia 08-01-2023. Portanto, se da desgraça poderemos extrair algo de bom e desejável, ainda bem que os acontecimentos corridos naquele dia, resultaram num duríssimo golpe as tramas golpistas que se encontravam em curso.


Como anistiar o hoje ex-presidente Jair Bolsonaro, se foi ele, no exercício da presidência da nossa República, quem mais incentivou as ações com fins golpistas? A propósito, ao ser investigado pela nossa PF-Polícia Federal e suas denúncias aceitas pelo nosso PGR-Procurador Geral da República, coube nosso STF-Supremo Tribunal Federal, não apenas criminalizá-lo, como identificá-lo como o chefão da organização criminosa que previa golpear a nossa democracia.


Rever as penas dos peixes miúdos que participaram da recente trama golpista vá lá, jamais a dos peixões que ameaçaram a nossa democracia.


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