O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, afirmou nesta segunda-feira (29) que o Exporta Mais Amazônia 2025 – Acre, realizado no Centro de Convenções da Ufac, é o maior evento do programa já organizado na região Norte.
Segundo Viana, o momento busca aproveitar o fato de o presidente Lula estar novamente no comando do Brasil. “Ele não para, é imparável. O Brasil teve aquela crise de impeachment, depois o governo Temer, depois o ex-presidente Bolsonaro. E o país se ausentou por sete anos. Isso foi muito ruim para o comércio. Só não caímos mais porque entrou o petróleo do pré-sal. Hoje, o comércio exterior do Brasil deve estar em torno de 800 bilhões de dólares em bens e serviços. Mas, quando olhamos para a Amazônia, ela exporta pouco mais de 25 bilhões de dólares. É pouco, diante do potencial da região”, avaliou.
O presidente da Apex ressaltou o potencial da Amazônia. “Nem o Nordeste tem potencial de crescimento maior do que a Amazônia. Como é que a região mais rica do planeta exporta tão pouco? É falta de políticas públicas. Faltam políticas para quem tem produto e quer exportar, falta trazer compradores e abrir mercados. É isso que está acontecendo agora”, disse.
Viana explicou que dessa narrativa surgiu o Exporta Mais Amazônia. “Já realizamos 40 edições do Exporta Mais Brasil, e esta é a maior feita pela Apex na história, reunindo empresas de todos os estados da Amazônia. Não é apenas uma apresentação, é um evento para fazer negócios de verdade”, afirmou.
Ele destacou ainda a presença de 25 compradores internacionais. “Tem uma senhora da Rússia que ontem esteve na floresta, conhece comércio exterior e está se apaixonando pela Amazônia. Quando esses compradores levam nossos produtos, ajudam a combater o desmatamento, a fortalecer populações tradicionais e a gerar emprego na região”, pontuou.
Foto: Sérgio Vale
Durante o discurso, Viana citou o sucesso da empresa acreana Dom Porquito, que ampliou suas exportações no governo Lula. “Eles estão triplicando o abate de suínos. Hoje, cerca de 40% da carne suína consumida no Peru sai daqui do Acre. Isso tem que nos orgulhar”, disse.
Ele também falou sobre a relação com os Estados Unidos. “Não é porque existem tarifas que vamos desistir desse mercado. Temos que ser pragmáticos. O presidente Lula é hábil e já está até em um ‘namoro’ político com o Trump. Ele sempre soube separar política de comércio, e isso é essencial”, comentou.
Ao encerrar, Viana lembrou que cerca de 30 milhões de pessoas vivem na Amazônia, mas em condições que precisam ser melhoradas. “Temos compradores do Chile, Peru, Equador, Estados Unidos, África do Sul, Moçambique, Irlanda, Reino Unido, Suíça, Holanda, Itália e Bulgária. É um feito inédito. Já realizamos dois anos dessa experiência e vamos fazer mais 40 eventos até julho do próximo ano. A rodada de negócios, que começa amanhã, será profissional: cada vendedor terá 20 minutos para apresentar sua empresa e seus produtos a potenciais compradores. Escolhemos a universidade porque o desenvolvimento sempre passa por centros de conhecimento”, concluiu.
