Integrantes do PL (Partido Liberal) passaram a temer eventuais sanções do Judiciário brasileiro contra a sigla por causa da atuação de Eduardo Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos.
A preocupação, que existe desde a mudança do parlamentar para o território americano, acabou sendo amplificada diante do entendimento de que há poucas chances de recuo do filho de Jair Bolsonaro.
Fontes ouvidas pela CNN avaliam que a insistente defesa e a articulação de Eduardo — que pede mais sanções do governo norte-americano contra autoridades brasileiras — podem fazer com que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes decida por punições contra a legenda, entre multas e restrições.
As medidas, de acordo com fontes, poderiam afetar os caixas da sigla e, consequentemente, o planejamento para as eleições de 2026.
Uma ala do Partido Liberal acredita em uma possível retaliação caso a legenda ajude Eduardo Bolsonaro. Apenas alguns deputados saíram publicamente em defesa do filho do ex-presidente.
Segundo eles, o partido não pode ficar de braços cruzados diante de “decisões abusivas” de Moraes. Na visão desse pequeno grupo, quem é contra está olhando para si em 2026.
Eduardo e o jornalista Paulo Figueiredo foram denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por se valeram de uma rede de contatos com autoridades americanas para compelir o STF a encerrar os processos sobre golpe de Estado contra Jair Bolsonaro.
Nesta semana, o líder do partido da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, viajou aos EUA e se encontrou com o deputado e Figueiredo.
De acordo com pessoas próximas ao dois ouvidas pela CNN, Sóstenes agiu como bombeiro da legenda e tentou convencer Eduardo a amenizar a ofensiva. O parlamentar, no entanto, teria sinalizado que não pretende voltar atrás.
Eduardo e Paulo Figueiredo seguem na defesa da aplicação da lei Magnitsky contra autoridades brasileiras. No início da semana, a esposa do ministro Alexandre de Moraes foi sancionada pelo governo Donald Trump.
Num passado recente, o PL foi alvo da Polícia Federal nas investigações da trama golpista.
A PF entendeu que parte dos recursos do fundo eleitoral da legenda foi utilizada para financiar a tentativa de golpe, após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).