Mailza anuncia rompimento político com Bocalom: “fragiliza nosso campo ideológico”

Por
Luis Carlos Moreira Jorge

A aliança política da prefeitura de Rio Branco com o governo do estado, que foi fundamental para a última eleição do prefeito Tião Bocalom, e que colocou no mesmo palanque o governador Gladson, o prefeito Bocalom e a vice Mailza Assis, como se diz no popular, foi para o sal. Não se repetirá no pleito do próximo ano na disputa pelo comando do Palácio Rio Branco.


A unidade está quebrada. A clara posição de Bocalom de negar apoio à candidatura da vice-governadora Mailza Assis (PP) ao governo, e de estar em campanha aberta no interior, para mais na frente anunciar a sua candidatura à sucessão do governador Gladson Cameli, motivou o rompimento. Há queixas de ambos os lados.


O grupo de Mailza costuma lembrar de que, quando todo governo apoiou a deputada federal Socorro Neri (PP) para a prefeitura da capital, ela foi uma das poucas lideranças que ficou com a candidatura de Bocalom, na sua primeira eleição à PMRB. E o apoio se repetiu quando ele disputou a reeleição. Esperava uma contrapartida que não aconteceu.


Mailza resolveu não mais esperar, e se posicionou de forma firme em postagem enviada ontem à noite ao BLOG, da qual destacamos um ponto: “…Essa postura do Bocalom causa rompimento do governo com a prefeitura e fragiliza nosso campo ideológico”.


O teor completo da postagem foi esse: “Minha candidatura independe da decisão do Bocalom, assim como eu qualquer um pode colocar o nome a disposição da população, porém, essa postura do Bocalom causa rompimento do governo com a prefeitura e fragiliza nosso campo ideológico”.


Por outro lado, em entrevista ao Juruá Comunicações de Cruzeiro do Sul, o prefeito Tião Bocalom se mostrou magoado por Mailza ter dado numa entrevista na capital, nota 5 para a sua administração, e replicou: “Ela ficou chateada comigo e me deu essa nota (5), quando todo mundo me dá uma nota maior.


Quando ela dá uma nota 5, eu acho que se eu for apoiá-la, posso atrapalhá-la”, declaração que deixa cristalino que não estarão no mesmo palanque em 2026. O que se pode deduzir de tudo isso é que, a farinha do pirão da unidade do grupo no poder entre a Mailza e o Bocalom está apartada.


E será na Lei de Murici, cada um que cuide de si. O governo com a sua candidata de um lado e a prefeitura com o seu candidato do outro. E salve-se quem puder.


ERRO FUNDAMENTAL


Pelo pouco que conheço do perfil da vice-governadora Mailza Assis (PP), ninguém espere que ela retire a sua candidatura ao governo para a entrada de um outro candidato no seu lugar. A sua decisão está tomada. E avalizada pelo governador Gladson.


É AQUELA COISA


E o prefeito Bocalom, é aquela coisa: se entender que deve ser candidato, não terá ninguém que lhe tire a idéia da sua cabeça, isso é certo. Anote.


QUER ESTAR NA FOTO


Não é algo da minha imaginação. Escutei de importante cabeça branca do MDB: se o partido se aliar com o senador Alan Rick (UB), a Jéssica Sales (MDB) terá que estar na sua chapa como uma das candidatas ao Senado, junto com a outra candidata, Mara Rocha (Republicanos), já definida. Ou seja: não existe equação resolvida entre o Alan e o MDB.


NOME FALADO


Outro nome que pode estar na chapa da Federação da esquerda como candidato a deputado federal pelo PT, é o Superintendente do INCRA, Márcio Alécio. Se juntaria à Perpétua Almeida, André Kamai, Shirley Torres e Michel Marques, entre outros.


NÃO APOSTEM CONTRA


Não conheço os nomes ventilados dentro do PL para a disputa de mandatos na Câmara Federal, mas não tenho temor de errar que o senador Márcio Bittar (PL) montará uma chapa competitiva para 2026. Bittar foi quem montou na última eleição as chapas do União Brasil e Republicanos, que elegeu cinco deputados federais.


FONTE NÃO SE REVELA


Pela vontade do governador Gladson Cameli, o vice da Mailza seria o deputado Nicolau Júnior (PP). A saber se o Nicolau aceitará essa missão.


BELO LEGADO


O presidente do IMAC, André Hassem, além de uma boa gestão, tirou o órgão de um imóvel apertado e entregou ontem a mais funcional e moderna das repartições estaduais, com a inauguração da nova sede.


META A SER ALCANÇADA


Aliados da vice-governadora Mailza Assis projetam que ela deve fechar o ano com 20% nas pesquisas, o que seria um salto para quem começou com 3% de aceitação da sua candidatura. A partir de janeiro a máquina estatal vai para as ruas.


GRANDE CABO ELEITORAL


Não havendo nenhum atrapalho jurídico na sua rota, o grande cabo-eleitoral da eleição de 2026 será o governador Gladson Cameli.


PRAZO FINAL


O MDB definiu para o mês de dezembro próximo a posição a ser tomada pelo partido, no apoio a uma das candidaturas a governador. Quer entrar o ano com tudo resolvido.


PORTA ABERTA


O deputado federal Eduardo Veloso (UB) vai lutar para ser um dos candidatos a senador da chapa da vice-governadora Mailza Assis. Se não conseguir, não será surpresa que saia por um outro partido. Convite já tem.


LEVA UMA VANTAGEM


A médica Jéssica Sales (MDB) leva uma vantagem na sua candidatura ao Senado: viria com a maior votação da região do Juruá. Seu desafio é popularizar seu nome em Rio Branco e no Alto Acre, para lhe jogar no páreo. Apareceu bem colocada na última pesquisa do instituto Paraná.


FEDERAÇÃO FLOPOU


A ensaiada Federação entre MDB e Republicanos, flopou, não deu certo. O fato foi comemorado pelos dirigentes do MDB no estado, que teriam de ir pelo beiço para os braços do Republicanos.


OLHO NO ENCONTRO


Todos os olhos do bolsonarismo estão voltados sobre o que sairá do encontro entre o presidente dos EUA, Trump, e o Lula. Torcem para que o clima entre ambos azede mais.


FRASE MARCANTE


“Nunca discuta, não convencerá ninguém. As opiniões são como os pregos, quanto mais se martelam, mais se enterram”. Alexandre Dumas.


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Luis Carlos Moreira Jorge