Foto: Whisley Ramalho
A edição desta sexta-feira, 26, do programa Boa Conversa, com os jornalistas Crica, Astério Moreira e Marcos Venícios, destacou os cenários eleitorais para 2026, as pesquisas mais recentes e as articulações que movimentam os bastidores da política acreana.
O programa começou com a chamada PEC da blindagem, que foi enterrada pelo Senado Federal nesta semana. Enquanto isso, a possibilidade de anistia aos investigados segue sendo ventilada, mas com o novo nome do PL da Dosimetria.
“A PEC da blindagem foi uma desmoralização para a Câmara dos Deputados, que ficou muito desmoralizada nesse episódio. Essa PEC poderia proteger inúmeros criminosos”, pontuou Crica.
“Eles entendiam que a PEC era uma guerra contra o STF. Então, criou-se um clima é tanto que foram 340 votos e o mais grave disso deram as mãos e foram rezar o pai nosso”, avaliou Astério Moreira.
Foto: Whisley Ramalho
Os comentaristas abordaram o episódio envolvendo o presidente Donald Trump e o presidente Lula (PT) na ONU. Lula caracterizou o encontro com o presidente dos EUA como uma “surpresa boa” e acrescentou “acho que pintou uma química mesmo”.
“Ninguém esperava essa fala do Trump sobre o Lula, que bateu a química. O Eduardo Bolsonaro que tá nos EUA deve ter ficado louco. Essa turma da extrema-direita deve ter ficado louca. Aquilo foi uma marretada. O Trump é um homem de negócios”, destacou Crica.
“O que interessa ao Trump é negócios, política é secundária. Ele é um homem de negócios. Ele quer o bem dos EUA. Qual o problema do Brasil vender as terras raras? Eu acho que é o início de uma aproximação entre os EUA e o Brasil, vai ser muito bom para o país. O pessoal do PL, PSD está isolando o Eduardo Bolsonaro, ele não pode nem pisar no país”, afirmou Astério Moreira.
“Existe um isolamento no legislativo, no judiciário e um isolamento diplomático do Eduardo Bolsonaro com os EUA depois dessa fala do Trump com Lula”, ressaltou Marcos Venicios.
Foto: Whisley Ramalho
O levantamento do Instituto Paraná Pesquisas apontou o senador Alan Rick (União Brasil) com 44% das intenções de voto, seguido por Tião Bocalom (PP), com 24%, e Mailza Assis (MDB), com 17%.
“O Alan se mantém na ponta da tabela sempre com a preferência do eleitor. É um instituto conceituado. Se a eleição fosse hoje, seria difícil bater o Alan. Ele veio aqui lançar a candidatura dele e o Bocalom começou a dizer que onde ele passa o povo pede ele candidato. Eu começo a achar que o Bocalom é candidato. A Mailza pulou de 3% para quase 18% e é um crescimento que ela pode chegar em dezembro com 20%”, pontuou Crica.
“Se não houver um entendimento para manter a unidade como defende o Bittar o mesmo grupo que ganhou as eleições, se não mantiver essa unidade, o Alan é franco favorito. A melhor coisa que aconteceu politicamente para o Alan foi o rompimento do Governo com ele, colocou ele numa situação de oposição. A lógica do mandato é uma, a lógica da campanha é outra”, pontuou Astério Moreira.
Para a disputa ao Senado, a mesma pesquisa mostrou o governador Gladson Cameli liderando com 42%, à frente de Marcio Bittar (24%) e Jorge Viana (23%). O instituto também registrou 69,1% de aprovação da gestão Cameli.
“Petecão está costurando com os prefeitos do Juruá com exceção do Zequinha, o Carlinhos do Pelado tá com ele. O que vai decidir a eleição para o Senado é a estrutura. Um debate com ele em 2018 com o JV catapultou o Petecão para quem tava derrotado. O JV é uma liderança como a Jéssica que tem capital político, ele começa com 20% e quem vota no Lula vota no Jorge Viana”, afirmou Astério Moreira.
O Crica ressaltou que o MDB tem feito cobranças e não aceita ser tratado como coadjuvante pelo Palácio Rio Branco, reforçando que a legenda quer mais protagonismo nas articulações.
Foto: Whisley Ramalho
Ainda segundo Crica, o médico e ex-deputado federal Eduardo Veloso confirmou que vai disputar uma vaga no Senado, o que deve acirrar a disputa que já promete ser das mais intensas em 2026.
“A candidatura do Velloso, da Jéssica e da Mara coloca pontos de dificuldades para o Bittar. Por isso, eu digo que eu não sei como o eleitor vai se comportar porque é onde eu digo que as estruturas vão funcionar. Quem tiver bala na agulha vai levar. Um prefeito pesa a favor da candidatura ao Senado”, pontuou Astério Moreira.
O Crica ressaltou que o MDB tem feito cobranças e não aceita ser tratado como coadjuvante pelo Palácio Rio Branco, reforçando que a legenda quer mais protagonismo nas articulações.
“O MDB é um Peugeot que o cara tá empurrando e tá anunciado na OLX. Eu não vejo essas vantagens todas não. Não tem cacife para pedir as duas vagas [a de vice e a segunda do Senado] para o Alan”, pontuou Marcos.
Encerrando a análise, os jornalistas destacaram a fala do governador Gladson Cameli, que negou que tenha dado ultimato ao senador Márcio Bittar para apoiar Mailza Assis em 2026. Segundo ele, a estratégia é “conquistar apoios, não impor condições”.
“Ele chama para a Mailza, mas e os outros? A Mailza gosta da Jéssica, ela tem simpatia pelo Marcus Alexandre, que tá fora dessa disputa pelo vice. Esse jogo está muito embolado”, salientou Crica.
“O maior desafio da Mailza é continuar a mesma aliança que venceu as eleições do ano passado. A máquina é importante, mas não é tudo. Ela ainda não é a governadora”, avaliou Astério Moreira.