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Idade e capacidade

Por
Narciso Mendes

A idade de um gestor, público ou privado, por vezes, não recomendam as suas indicações. 


Por acaso, o senador David Alcolumbre chegou a se eleger presidente do nosso senado e consequentemente, do nosso Congresso Nacional, entre os anos 2019/2021, e se ora voltou a ocupar as mesmas funções para os próximos dois anos, decerto a sua primeira gestão foi aprovada.


No ano de 2019 ele contava com apenas 42 anos de idade e para exercer tão elevadas funções, parecia bastante jovem. Para além de sua jovialidade, ele representava um dos menores Estados do nosso país, seja economicamente ou eleitoralmente. Entretanto, o seu desempenho foi considerado razoavelmente bom. Outra não foi à razão que o trouxe, novamente, a exercer as mesmas funções.


Em relação ao atual presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, a sua jovialidade, apenas 36 anos, vem sendo testada, assim como a sua capacidade para ocupar tão elevado cargo na nossa esfera de poder. Pior ainda, para dirigir uma casa altamente intoxicada pela nossa polarização política, de um lado, os lulistas e de outro, os bolsonaristas.


Quando buscava os votos que o levara a presidência da nossa Câmara dos Deputados e por ter sido apoiado pelos lulistas e pelos bolsonaristas, por certo, as promessas que fizera, a uns e aos outros, por serem distintas e contraditórias, o meteu numa baita encrenca, e caso não se revele capacitado para superá-la a sua gestão será bastante ruinosa.


Neste particular, vale ressaltar que o próprio Hugo Mota já chegou a ser impedido de tomar assento na cadeira que lhes estava reservada para dar início a uma das suas seções plenárias. Aquela deveria ter sido a oportunidade para ele demonstrar a sua autoridade, e como não, o resultado tem sido o que ora presenciamos.


Ao admitir a votação da PEC da impunidade para os seus colegas, em particular, aos detentores de mandatos, nada pior poderia ter feito, afinal de contas, se a referida PEC for aprovada e posta em prática, num crescendo, a nossa Câmara dos deputados e o nosso Senado abririam as suas portas para abrigar todas as espécies de criminosos, inclusive àqueles pertencentes as nossas organizações, entre elas, o CV e o PCC.


Em relação a propalada PEC da anistia, ou o presidente Hugo Mota se revela capaz de enfrentá-la, por sê-la inaceitável e inconstitucional,  cada vez mais, menos a sua autoridade prevalecerá, até porque, se aprovada na Câmara dos Deputados, será derrota no Senado, se aprovado no Sanado, indiscutivelmente o nosso STF a tornará inconstitucional, e isto porque, determinados crimes, entre eles: golpe de Estado e as tentativas de abolir o nosso Estado democrático, não são passíveis de anistia, indulto, graça ou perdão.


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Narciso Mendes