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Endocrinologista Fabíola Helena alerta: “O emagrecimento não é milagre, é constância e mudança de estilo de vida”

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Da redação ac24horas

A médica endocrinologista Fabíola Helena, formada pela Finca, em Porto Velho, e pós-graduada em endocrinologia e metabologia pelo IPEMED, em Brasília, concedeu entrevista ao podcast Fitness da Hora, em Rio Branco, e chamou atenção para os riscos do uso indiscriminado de medicamentos para emagrecimento, como o Mounjaro, que vem ganhando espaço entre pessoas que buscam perder peso de forma rápida.


Com 14 anos de atuação na endocrinologia e dez anos de consultório próprio, Fabíola destacou que, embora os avanços da medicina tragam novas perspectivas para o tratamento da obesidade, os resultados só aparecem de forma efetiva quando há acompanhamento profissional e mudanças reais na rotina.


“O Mounjaro chegou para revolucionar. É uma medicação maravilhosa, muito boa, porém tem que ter acompanhamento médico. Um vasto número de pessoas está utilizando por conta, sem receita, sem saber de fato o motivo pelo qual chegou a esse peso. Por trás da obesidade, existe um fator econômico, social e emocional dessa pessoa. Não é sobre o Wegovy, não é sobre o Monujaro, é sobre como eu cheguei à obesidade”, afirmou.


A especialista reforçou que os medicamentos não funcionam sem o suporte de uma equipe multidisciplinar. Segundo ela, muitos pacientes enfrentam o chamado “reganho” de peso após interromperem o uso das medicações. “Não adianta ele ter o dinheiro apenas para um protocolo de quatro aplicações, se ele não tem a disponibilidade de agenda, de ter a conversa com o nutri, muito menos o educador físico de orientação Entendi. Então, ele tem que aceitar a ajuda dessa galera toda, em conjunto, em prol de mudança do estilo de vida. Se não, não adianta”, alertou.


Na entrevista, Fabíola também trouxe sua experiência pessoal com a obesidade, destacando que a escolha pela endocrinologia veio após a perda precoce do pai, vítima das complicações da doença.


“Eu venho de uma família obesa, de uma família diabética. Perdi meu pai para a obesidade. Ele se tornou obeso, depois diabético, e faleceu aos 59 anos. Eu estava na faculdade ainda e queria entender como isso aconteceu. Hoje, quando consigo conscientizar pacientes para que não cheguem ao diabetes, que é uma doença cruel, eu estou feliz. Não é sobre estética, é sobre uma doença grave”, disse.


A médica também destacou a importância da prevenção e da mudança de hábitos como pilares para a saúde. “O obeso não é só da endocrinologia. Ele é do educador físico, do nutricionista, do cardiologista, do psicólogo. A obesidade precisa ser tratada de forma multidisciplinar. Enquanto as pessoas procurarem atalhos, vão continuar se frustrando. O que transforma a vida é a mudança de mentalidade, e isso leva tempo”, concluiu.


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