Os municípios de Assis Brasil e Epitaciolândia sediaram na última sexta, 19, encontros que reuniram o governo do Estado, por meio da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), Federação das Indústrias (Fieac), prefeituras, empresários e lideranças do Alto Acre para debater a integração comercial internacional e o fortalecimento do setor produtivo da região. As reuniões tiveram o objetivo de alinhar estratégias de desenvolvimento em torno da Rota Quadrante Rondon, que liga o Brasil ao Pacífico, a partir da conexão do Acre com os países andinos.
O Alto Acre – formado por Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri –, é apontado como uma das localidades de maior potencial produtivo do estado. Além da agricultura com a produção de soja, milho, café e mandioca, a região destaca-se pela pecuária de suínos e aves, turismo e a presença de indústrias. A posição geográfica também é considerada estratégica: a tríplice fronteira abriga dois entrepostos alfandegários e tem sido vista como porta de entrada do Brasil para os mercados da América do Sul e asiáticos por meio da ligação com o Porto de Chancay, no Peru.
O secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanípal Mesquita, ressaltou o papel do governo na articulação: “O Estado, seguindo as diretrizes do governador Gladson Cameli para alavancar a economia, tem a pauta da integração internacional como uma das prioridades. Tratamos de oportunidades concretas que podem ocasionar a geração de emprego e renda. O Alto Acre tem posição estratégica para se consolidar como porta de entrada do Brasil para os países andinos. Nosso trabalho é articular, ouvir os municípios, envolver o empresariado e transformar esse potencial em desenvolvimento real para a população.”
O aumento anual no fluxo de cargas e turistas impulsiona não apenas as exportações, mas também abre espaço para restaurantes, hotéis e serviços diversos. A importação é vista como uma das maiores oportunidades, exigindo que os empreendedores locais estejam preparados para incrementar serviços e ampliar a competitividade. Nesse contexto, os encontros encaminharam a criação de um grupo de trabalho com representantes dos municípios da região, do Estado e do setor empresarial.
A missão é elaborar uma agenda permanente para melhorar o ambiente de negócios em cada cidade e inserir os empreendedores locais como protagonistas. Vice-presidente da Aceebra, Elane Araújo destacou a mobilização dos empresários: “A presença massiva do empresariado demonstrou a força de vontade de mudar a situação atual. É essencial manter o foco e trabalhar em prol das pessoas. Este aspecto de integração trará um momento grandioso para todos”, disse.
Ela também defendeu apoio a projetos estruturantes como a construção do Shopping Comercial de Brasiléia, que abrigará 60 lojistas retirados das margens do Rio Acre após as cheias. O prefeito de Brasiléia, Carlinhos do Pelado, defendeu maior união entre os municípios para acelerar as soluções necessárias: “Promover essa importante agenda mostra o comprometimento dos envolvidos com o crescimento da nossa região. Montaremos um Comitê do Alto Acre para que haja mais força e celeridade no que precisamos. Com isso, o resultado chega.”
O presidente da Fieac e deputado federal José Adriano reforçou o engajamento do setor industrial e da Câmara dos Deputados: “Fiquei muito animado em ver o empresariado do Alto Acre se mobilizando para resolver os entraves que impedem eles de crescerem. O propósito de instigá-los foi cumprido e espero que no próximo encontro tenhamos as respostas para tudo o que foi levantado aqui nessa reunião. É muito importante essa união para avançarmos. Trabalharei tanto por meio da Fieac quanto pelo meu mandato para viabilizar soluções em parceria com o governo.”
Os encontros contaram com a presença dos prefeitos Jerry Correia (Assis Brasil), Carlinhos do Pelado (Brasiléia) e Maxsuel Maia (Xapuri). Também participaram das reuniões a presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola (Acisa), Patrícia Dossa, além de membros da Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Assis Brasil (Aceiab), da Associação Comercial e Empresarial de Epitaciolândia e Brasiléia (Aceebra) e da Federacre.