O Ministério Público do Pará (MPPA) deflagrou nesta quinta-feira (18) a segunda fase da Operação Hades, que investiga fraudes em licitações e corrupção na Prefeitura de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém.
As apurações apontam que o prefeito Daniel Santos (PSB) adquiriu uma fazenda em Tomé-Açu, avaliada em R$ 16 milhões, registrada em nome de uma empresa ligada a ele. Segundo a Justiça, o pagamento teria sido feito por empreiteiras contratadas pelo município, como a Ediffika Construtora, também investigada.
Em depoimento, a ex-proprietária do imóvel relatou que parte do valor foi pago em dinheiro vivo e outra parte por meio de despesas quitadas por empresas em seu nome. O MP identificou ainda o pagamento de R$ 68 mil em veículos custeados pela Ediffika.
O desembargador Pedro Pinheiro Sotero, do Tribunal de Justiça do Pará, determinou medidas cautelares contra oito pessoas e oito empresas, incluindo o prefeito, o secretário de Saneamento e Infraestrutura, Paulo Roberto Cavalleiro de Macedo, e o membro da Comissão Permanente de Licitações, Manoel Palheta Fernandes.
Segundo o MP, empreiteiras eram beneficiadas em licitações e, em troca, realizavam pagamentos indiretos ao prefeito, por meio da aquisição de bens em seu nome ou em nome da JD Agropecuária, empresa ligada ao gestor.