O programa Boa Conversa, apresentado por Marcos Venicios e com comentários de Astério Moreira e Luis Carlos Moreira Jorge (Crica), exibido pelo ac24horas, trouxe nesta sexta-feira, 19, uma análise dos principais acontecimentos da política no Acre e em Brasília (DF).
Entre os assuntos comentados está o embate público entre o ex-senador Jorge Viana e o governador Gladson Cameli durante a visita do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Viana criticou os índices de emprego e a saída de acreanos em busca de melhores condições de vida. Já Cameli rebateu de forma dura, afirmando que o ex-senador tenta diminuir o trabalho da atual gestão.
No Programa do Bar do Vaz, Jorge Viana respondeu às provocações do governador Gladson Cameli com ironia, em referência ao processo que Gladson enfrenta no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Foto: Whisley Ramalho
“Essa discussão é infrutífera [de Gladson e Jorge Viana]. O Jorge tem obra, o Gladson tem feito pontes no interior, pista de aeroporto fez muita coisa. Foi uma reação espontânea do Gladson. Essa disputa de ego é complicada, teve a operação G7 foi arquivada e essa do Gladson ninguém sabe o que vai acontecer”, avaliou Astério Moreira.
“O Gladson só foi ajeitar a equipe dele agora, porque quando se faz a retrospectiva da gestão dele, cada pasta teve ao menos três secretários até chegar esse aí que está durando”, pontuou Marcos Venicios.
“Essa discussão entre eles é natural. Normal da política. É melhor ter esse debate do que ficar nessa mesmice. Veio mais dinheiro para o Acre no atual governo porque a maioria não pode ser aplicada porque a equipe não teve celeridade”, afirmou Crica.
Outro ponto em debate será a defesa de Viana sobre sua gestão à frente da ApexBrasil, que prepara o programa Exporta Mais no Acre, atraindo compradores de 16 países. O senador também voltou a provocar adversários locais, citando a votação da chamada PEC da Blindagem e reforçando que não é inimigo do agronegócio.
A reação do governo também entrou em pauta, com o secretário Luiz Calixto publicando um artigo considerado um recado direto a Jorge Viana, tocando em pontos da trajetória do ex-senador.”Vejo a crítica do Calixto como natural, ele tem que defender o governador, como um dos assessores mais próximos. Agora, o cenário de 2026 será outro, ele está se referindo a um cenário e em 26 será outro, ninguém sabe se o Gladson vai tá dentro ou fora do jogo”, pontuou Crica.
Outro assunto é a votação da PEC da Blindagem. Com exceção da deputada Socorro Neri, toda a bancada federal do Acre apoiou a proposta, alvo de críticas da oposição e de movimentos sociais. “A rede social expôs uma realidade que precisa ser analisada, está fazendo muito mal”, afirmou Astério Moreira.
Foto: Whisley Ramalho
“O Paulinho da Força foi ressuscitado com essa relatoria do PL da Anistia que vai virar o PL da dosimetria. A bancada do Acre ficou dividida nessa PL, a Socorro e o Zé Adriano votaram pelo não, a Meire não votou porque não estava, a Antônia Lúcia se absteve. A Turma de Deus, Pátria e Família votaram a favor: Ulysses, Velloso, e Duarte. O maior cabo eleitoral do Lula é o Donald Trump, tirou o Lula do buraco, Temer falar isso tem um peso”, afirmou Marcos Venicios.
“Essa relator do Paulinho não é pra anistiar ninguém é pra mexer na dosimetria da pena, ela não anistia o Bolsonaro e na dosimetria quem pegou uma pena maior na invasão dos poderes pode vir pra prisão domiciliar. Além disso, foi votado apenas o pedido de urgência e o Alcolumbre. Nas três últimas pesquisas o Lula bate todo mundo no 1ª e 2ª turno”, avaliou Crica.
“A anistia morreu. A maioria da população é contra a anistia, mas também é contra a pena muito alta. Então, esse projeto vem ao encontro exatamente dessa vontade popular de punir, mas não com muito rigor. A conquista pelo voto transparente foi uma conquista da sociedade brasileira”, afirmou Astério Moreira.
Já Astério Moreira analisa o avanço de nomes que começam a movimentar o tabuleiro político: Thor Dantas, que entra como zebra na disputa eleitoral; o foco de Márcio Bittar na reeleição; e a leitura de que a oposição, junto com a Câmara Federal, estaria “ajudando Lula”.
“Tenho procurado ler todas as pesquisas e o que está se percebendo do parte do eleitor é dele ir ao centro. No Acre, o Thor será o candidato, ele não é de esquerda, ele é liberal, de centro, só que ele vai ter que trazer a federação da esquerda, mas entra como uma zebra na disputa. O Bittar está animado e o que vai pesar na candidatura do Senado vai ser a estrutura e quem tem o maior exército vai ganhar a eleição”, destacou Astério Moreira.
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