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“Tentaram vender a ideia que não gosto do agronegócio, eu trabalho para o agro”, diz Jorge Viana

Foto: Sérgio Vale

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex/Brasil), Jorge Viana, foi o entrevistado nesta quinta-feira, 18, pelo jornalista Roberto Vaz, durante o programa Bar do Vaz, transmitido ao vivo pelo ac24horas simultaneamente no Youtube, Instagram e Facebook.


Durante 55 minutos de bate-papo, Viana falou sobre o clima tenso em Brasília devido à crise política movimentada pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal e também pelas aprovações do PL da Blindagem e da Anistia para golpistas. “Ontem eu vi o Obama dizendo que o EUA está vivendo um momento de perigoso. Na Europa do mesmo jeito e nosso Brasil, que sempre foi pacifico, resolveu brigar consigo mesmo. Brasília tá pegando fogo. Tao fazendo PEC para proteger bandido. Se você matar três pessoas sendo deputado, vai depender de autorização do congresso para ser investigado. É um absurdo”, frisou.


Ele lembrou também do posicionamento da bancada do Acre sobre o projeto de lei da Blindagem. Os mais moralistas do Acre votaram a favor da blindagem. Tudo que está acontecendo tem patrão. As mascaras estão caindo. Nós deveriamos manter as regras: a Justiça faz o seu papel, o legislativo legisla e o executivo, executa, mas preferem o caos. A história vai separar quem é quem nesse jogo, infelizmente”, enfatiza.


O gestor da Apex revelou que fato tem cumprindo mais agendas no Acre e revelou em primeira mão que o programa Exporta Mais Amazônia está de volta a Rio Branco para alavancar negócios internacionais da região a partir do dia 28 de setembro. “ApexBrasil, em parceria com o Sebrae, trará compradores internacionais para auxiliar empresários a conquistar novos mercados para os produtos amazônicos. Esse evento vai acontecer aqui em Rio Branco, mais de 22 compradores de 16 países estararão aqui prospecatando negócios”, disse.


“A ApexBrasil trará compradores para negociar compras de Artesanato, Madeira tropical e sustentável processada, Açaí, Castanha do Brasil, Café Robusta Amazônico, Farinha de Mandioca, Frutas processadas, Carne bovina e Carne suína. As empresas contarão com apoio exclusivo de matchmaking gratuito, capacitação, vitrine digital internacional e apoio exclusivo para empresas do Norte e lideradas por mulheres e pessoas negras/pardas. Além das rodadas de negócios, o Exporta Mais Amazônia também promove a imagem dos empreendimentos da região. Os estrangeiros que estarão em Rio Branco para fazer negócios terão a oportunidade de fazer uma imersão na realidade local por meio de visitas a indústrias alimentícias da região e do contato com extrativistas dentro da floresta amazônica”, destacou.


Viana enfatizou ainda que o Tarifaço imposto pelo Estados Unidos é ruim para cenário economico, mas acredita que o governo Lula, através da Apex, fez o dever de casa. “O Tarifaço é ruim, mas nós fizemos o dever de casa, ficamos mais de 16 encontros internacionais empresariais e nós ajudamos o Brasil a não sofrer tanto. Nós estamos ajudando a bombar o comércio exterior do Acre. Se não fosse o Lula e o trabalho da Apex, hoje o Frigonosso tem mais de 10 bandeiras que abrimos mercado para eles. Todo mundo quer vender para o México e outros paises. A gente exportava para os EUA. Os americanos adoram comer hambúrguer, mas eles precisam de comer carne brasileira que é mais magra. Eles importam da gente. É inexplicável esse tarifaço do Trump. Todo mundo sabe que é uma medida política do governo por causa da Familia Bolsonaro. Eles são superavitários em serviços e bens. Se fosse uma questão comercial, a tarifa seria zero”, explicou.


Jorge pontuou que no ano passou o Acre exportou 87 milhões de dólares, mas que a expectativa em 2025 é chegar a 100 milhões. Ele destacou ainda que deve trazer nos próximos meses o Ministro dos Transportes e o BNDES para trazer credito para o Acre. “Eu sempre vou está ajudando o Acre, independente de onde eu tiver. O importante é que eu posso fazer para agregar para o nosso povo”.


Sobre a troca de farpas públicas que teve com o governador Gladson Cameli, Viana afirmou que apenas disse a jornalistas que teve uma época que as coisas estavam melhores no Acre. “40 mil sairam do Acre para ir em busca de uma sorte melhor por falta de ambiente. Isso por falta de investimento do governo. Ele falou que eu tô abaixo dele. Eu não tenho problema de está abaixo dele. Eu fiz 2km de ponte. O Gladson ja ja vai ser julgado pela história. Eu fiz 8 pistas de aeroportos. Sobre ficar abaixo do Gladson, eu aceito. Eu prefiro não está no STJ como ele está”, cutucou o ex-senador, se referindo ao processo que o chefe do executivo responde no Superior Tribunal de Justiça.


Questionado sobre a disputa do senador em 2026, Jorge acredita que espera ter votos de todos, inclusive de eleitores de Gladson, Márcio Bittar e Petecão. “O Gladson começou a carreira na Frente Popular e o Alan Rick também. Eles não são meus inimigos. O Márcio Bittar tenta me ter como inimigo, eu não vejo dessa forma. São duas vagas, se vão votar no Gladson e no Jorge, ou depois na Mara e no Jorge, não importa. Eu quero voto de todo mundo, não me importo da onde o voto venha, não importa quem seja eleitor de quem”, enfatiza.


O jornalista Roberto Vaz perguntou a Jorge o que ele faria diferente do que já fez se ganhasse uma mandato eleitivo novamente e o ex-governador lembrou que queria resgatar o orgulho das pessoas serem acreanas. Ele lembrou que as pessoas estão com dificuldade de cantar o hino.


“As pessoas estão com dificuldade de cantar o hino. Na nossa época não tinha isso. O prefeito de RIo Branco não sabe quem é Neutel Maia, o fundador da cidade de Rio Branco. Eu sou candidato porque o senado é lugar de briga de gente experiente. O Acre está nos ultimos indicadores. Eu quero mostrar que o Acre tem o peso de São Paulo no senado. Com a minha experiência, eu vou errar menos. Eu sei que posso ajudar o Acre. Todo mundo me conhece, o judiciário me conhece, todo mundo me atende. Eu tenho acesso. Eu quero o melhor para a nossa gente”.


Viana afirma que reconhece que coisas boas são feitas no Acre atualmente, mas o cenário é ruim. “Não que eu reconheça que algo bom não esteja sendo feito, mas está muito ruim. Se eu for candidato, eu sou virginiano, gosto das coisas sejam bem feitos. Não quero fazer acerto de contas. Eu quero fazer o Acre dar certo com o olhar para o futuro. O hino me inspirar ir para frente”, disse.


Questionando se o povo ainda tem saudade dele, Jorge brincou que tira mais selfies, mas que nos últimos dias tem dado autógrafos. “Eu não sei se é saudade, mas é tão bom, que eu tava num evento com o ministro e mais de 30 jovens da Uninorte e Ufac chegaram em mim pedindo autografo e muita gente falando, pedindo autografo para a mãe. É isso que eu gosto, das boas lembranças. Eu quero o Acre instagramavel, onde as pessoas tenham orgulho da nossa terra”, pontuou.


O ex-governador citou as dificuldades que teve inicialmente ao gerir a Apex pois tentaram vender a ideia de que ele fosse contra o agronegócio. “Na minha época do governador não tinha invasão de terra. Nos levamos luz para as fazendas. Colocamos índios e fazendeiros para conversarem. Nós fizemos estradas que ajudaram o agronegócio. Ajudamos a BR-364, onde ela ficava aberto somente 4 meses por ano. Eu criei o Idaf que é órgão que mais protege. Eu defendo todo mundo, eu defendo as florestas, defendo os indígenas, defendo o desenvolvimento sustentável. Metade da Apex é agronegócio, eu trabalho para todo mundo. Não tem ideologia lá, tem comércio. Tentaram vender a ideia que não gosto do agronegócio, eu trabalho para o agro”, disse Jorge Viana.


Viana revelou também com o Fundo Previdenciário do Estado do Acre que apresenta deficit milionário todos os meses, porém o ex-governador destacou que o Acreprevidência é bem gerido pelo atual governo, mas revelou preocupação com a fatia de recursos que são repassadas aos poderes.


“Preocupa porque o seguinte, teve aqueles episódios, do governo Orleir, que tiraram dinheiro do Fundo com autorizações, mas hoje nós temos um problema bom, as pessoas estão vivendo mais. O fundo está sendo bem gerenciado. O problema também que muitos recursos indo para os poderes e ficando pouco para o executivo. Talvez o Acre seja um dos Estados que tenha mais comprometimento orçamentário com os Poderes. Precisamos de um reequilíbrio. Acho que o governo precisa explicar melhor isso para a população”, pondera.


Viana aproveitou o momento da entrevista para apresentar ao jornalista Roberto Vaz uma amostra do seu café Iquiri, o café da Amazônia, que segundo o presidente da Apex, tem nota 81 aferido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais. Ele contou que escolheu o café como plano de vida e inspirado em seu pai, Wildy Viana.


“Eu escolhi plantar café, escolhi o Robusta amazônica para plantar. O Acre tem um grande projeto com a Perpétua Almeida na ABDI, com o Jonas Lima ajudando no Juruá. Eu resolvi plantar café em homenagem ao meu pai. O pessoal diz que eu tenho várias fazendas, mas eu queria ter uns 20 hectares mais. Acho que vou invadir uma terra”, brincou Viana ao citar maldades que voltam e meia vem de adversário que seu irmão, o ex-governador Sebastião Viana é dono da Uninorte ou que ele tem várias Fazendas. “Isso é uma pervesidade”.


Ao servir café a Vaz, Viana disse que fez o mesmo com p vice-presidente Geraldo Alckmin. “Meu café é bom. Eu fiz esse café para o vice-presidente Alckmin e eu aprendi esse café com o meu pai. O café é um projeto de fim de vida, para ter prazer. Eu quero aproveitar, correr maratona, fazer as caminhadas, produzir café e quero ser mais calmo até porque eu sou muito acelerado”, disse. Viana também ponderou que como gestor e até mesmo como homem, todos são passíveis de erro, mas que tentam aprender com os erros de forma mais leve.


“A gente erra muito e no final do dia a gente tem que voltar a atrás. Temos que nos cuidar para não fazer bobagem. Teve esse episódio do Gladson, mas tá tudo certo, quem sabe os eleitores do Gladson votem em mim também”, disse Viana, ao dar um conselho sem endereço. “Cuidado, o poder é um veneno. Você ainda vai ver quem é seu amigo, principalmente depois que você sai do governo”, finalizou.


Assista à entrevista:


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