O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou em evento na capital paulista nesta quinta-feira (18), enquanto comentava cenários para as eleições de 2026 no Brasil, que o mandatário norte-americano Donald Trump é “o maior cabo eleitoral” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o pleito.
Temer fez referência ao ganho de popularidade registrado por Lula no período em que adotou discurso em defesa da “soberania nacional” —enquanto Donald Trump tarifou o Brasil em 50% e criticou decisões judiciais do país relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em sua participação no evento, Temer ainda voltou defender que Lula telefone a Trump para tratar do tarifaço estabelecido contra o Brasil. Para ele, o republicano atenderá à chamada.
“Está faltando diálogo entre Lula e Trump, entre o presidente do Brasil e o dos Estados Unidos. Eu não vi ainda o governo dar um telefonema para Trump. Acho que é importante”, disse o ex-chefe do Executivo durante o “AGF Day 2025”.
“Se ligar, tenho certeza que ele [Donald Trump] atende. Se não atender, o governo federal pode ir à imprensa e dizer ‘tentei e não atendeu’, dar uma satisfação ao povo brasileiro”, completou.
Ao defender o diálogo entre os presidentes, Temer contou “bastidor” de reunião da qual participou — quando presidente da República — junto a Trump e outros ex-mandatários sul-americanos.
Segundo Michel Temer, naquela ocasião Trump, ainda em seu primeiro mandato, indagou os líderes sul-americanos: “Quando vão invadir a Venezuela”.
Os presidentes da América do Sul, então, indicaram que mantinham relação institucional com o vizinho, mas enumeraram ações de repúdio ao regime venezuelano. Assim, de acordo com Temer, obtiveram a aprovação de Trump.