Foto: Vinicius Loures/Câmara
A deputada federal Socorro Neri (PP) foi a única voz da bancada acreana na Câmara Federal a se levantar e não votar na PEC da Impunidade, aprovada ontem. A PEC dificulta que a justiça leve adiante um processo contra um parlamentar que venha a cometer um crime. A PEC pode servir, também, de escudo para proteger alguém ligado a uma organização criminosa que venha se eleger deputado federal. A referida PEC é mais um casuísmo aprovado para tornar a classe política impune, porque blinda parlamentares de ações penais na justiça. O voto da deputada federal Socorro Neri (PP) foi um voto de quem cumpre um mandato exemplar, não atua em causa própria, e nem integra o grupo extremista que transformou a atual composição da Câmara Federal numa instituição que trocou a defesa dos interesses do país, por pautas em benefício próprio.
CONVERSA FIADA
O mote de que a PEC foi uma forma de se proteger de injustiças do STF, é conversa fiada. E para os parlamentares se blindarem de ações penais por atos de corrupção que venham a cometer, criando uma casta de intocáveis. Não tem outra explicação. Ou seja: burle a lei que o Congresso protege.
BRECADA NO SENADO
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Otto Alencar, se manifestou após a aprovação da PEC da Impunidade, ao dizer que o projeto não passará naquela casa. Foi uma vitória de Pirro.
COMO PODE SE RESPEITAR?
Como se pode respeitar um parlamento que coloca o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) como líder de bancada, para que continue morando nos EUA sem perder o mandato pelo número de faltas? Ou seja, o cara se elege no Brasil e vai morar nos EUA recebendo seus salários sem exercer o mandato. O estadista francês Charles de Gaulle, foi feliz na sua frase: “O Brasil não é um país sério”. E viva a fisiologia.
NADA ALÉM
É bonito, elogiável, o gesto de carinho do deputado Pablo Bregense (PSD) com o filho autista e a sua luta para criação de políticas públicas para a causa. Fora o ato elogiável, no restante, o seu mandato não conseguiu se destacar em outros temas.
CONFESSO QUE NUNCA VI
Acompanho como jornalista da área política há mais de 40 anos os trabalhos da Câmara Municipal de Rio Branco, e nunca vi o que está acontecendo: vereador sendo despejado de seus gabinetes devido a presidência da casa não pagar os donos dos imóveis. Não é vergonhoso só para os vereadores, mas principalmente para a instituição Câmara Municipal. Lamentável.
NÃO TEM A CANETA
Não fez nenhum sentido o deputado Adailton Cruz (PSB) e sindicalistas, visitarem a vice-governadora Mailza Assis, para pedir apoio à aprovação do PCCR da Saúde, por um motivo: não tem a caneta do poder. E não vai se meter num assunto que é da alçada exclusiva do governador Gladson. Cameli.
DUAS OPÇÕES
O prefeito Tião Bocalom (PL) tem duas opções na eleição de 2026: ser candidato ao governo enfrentando a candidata Mailza Assis e a poderosa máquina estatal ou permanecer na prefeitura. Esqueça uma terceira opção, que seria a de ser candidato apoiado pelo governador Gladson Cameli.
O MESMO FILME
O prefeito Tião Bocalom narra um filme que já assisti, ao dizer que por onde passa recebe incentivo para disputar o governo. Me lembra o saudoso Flaviano Melo, que quando foi prefeito de Rio Branco recebia o mesmo tipo de apelo de populares em vários municípios, para ser candidato a governador. Foi se aventurar e perdeu a eleição, nem prefeitura e nem governo. E olhe que fazia um mandato de alta aceitação popular! Mas, cada um traça o seu destino político.
NÃO CONSEGUI ENTENDER
Uma coisa não consegui entender no prefeito Tião Bocalom: por qual razão se recusa a aceitar a candidatura da vice-governadora Mailza Assis ao governo, que esteve ao seu lado nas disputas da prefeitura de Rio Branco?
NÃO RESULTARAM EM NADA
São incontáveis nas palmas das mãos as visitas de comitivas de governantes, secretários de estado; ao longo de seus mandatos, a vários países em cima do mantra da troca de intercâmbio para ajudar o Acre. Me apontem um benefício dessas viagens, apenas um… Na verdade, não passam de convescotes à custa dos recursos públicos. Não diferem do turismo de vereadores às capitais do Nordeste, sob a falsa premissa de fazer cursos.
DOBRAR A VOTAÇÃO
Depois da inauguração da ponte da Sibéria em Xapuri, quem tende a dobrar a sua votação no município em 2026, é o deputado Manoel Moraes (PP). Foi um dos mais ardorosos defensores da construção dessa ponte ao longo do seu mandato na ALEAC.
NATURAL NA POLÍTICA
A troca de farpas entre o ex-senador Jorge Viana e o governador Gladson Cameli não deve ser encarada como algo grave. A divergência é natural na política. Não estamos numa ditadura.
TAPETE PARA O LULA
Em meio a esta divergência, o governador Gladson Cameli aproveitou para anunciar ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que o presidente Lula será seu convidado especial na inauguração da ponte da Sibéria em Xapuri. É uma virtude quando se reconhece a participação do governo federal na obra, mesmo o Lula não sendo do seu partido.
NÃO TEM PLANO B
Em toda ocasião em que é chamado a opinar sobre a sucessão estadual, o governador Gladson Cameli vem reafirmando que não tem Plano B na disputa do governo, e que a vice-governadora Mailza Assis está definida como sua candidata ao governo.
FATO RELEVANTE
A demissão anunciada de 100 agentes provisórios do sistema penitenciário estadual, que desde 2019 prestam serviço no setor, cria um sério problema: serão 100 famílias que serão atingidas pelas demissões e jogadas na rua, sem perspectivas de outros empregos. E perdem a proteção do estado, ficando vulneráveis a alguma vingança de presos que passaram pela penitenciária. O alerta foi dado ontem, com muita propriedade, pelo deputado Afonso Fernandes (Solidariedade), em discurso na ALEAC. É um sério problema social.
NÃO RESOLVE
O deputado Afonso Fernandes (Solidariedade), também, foi pragmático ao reconhecer que só discurso na tribuna da ALEAC não vai resolver a questão. E que é preciso envolver na discussão PGRE, MP, Gabinete Civil, para procurar uma saída ao problema. É um tema importante, que como o parlamentar, também, não acho que se resolverá só nos debates entre os deputados.
TUDO QUE PEDIU A DEUS
Enfrentar na eleição do próximo ano a Mailza Assis (PP) e o Tião Bocalom (PL) na disputa do governo, é tudo que o senador Alan Rick (UB) pediu a Deus. Com os adversários divididos, não será nenhuma surpresa se expandir e consolidar a sua liderança nas pesquisas. Não subestimem o Alan, vão cometer um erro fatal. É um candidato muito forte.
CLIMA DE ÓDIO
Não comungo com as idéias do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas são repugnantes as postagens nas redes sociais desejando a sua morte, após uma nova internação hospitalar. O clima de ódio político que tomou conta do Brasil, na esquerda e na direita, chegou a um ponto além dos limites.
FRASE MARCANTE
“Você pode vencer quarenta estudiosos com um fato, mas não pode vencer um idiota com quarenta fatos”. Rumi.