Bolsonaro após realizar exames em Brasília — Foto: Adriano Machado/Reuters
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou alteração da função renal e persistência no quadro de anemia, revelou boletim médico divulgado nesta manhã de quarta-feira (17). Ele permanece internado no hospital DF Star, em Brasília, após passar mal na véspera, e será reavaliado ao longo do dia.
Divulgado pelo filho dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o documento detalha que o estado do antigo chefe de estado apresentou melhora parcial após hidratação e tratamento medicamentoso.
Exames realizados no político identificaram uma elevação da creatinina, o que pode indicar uma alteração nos rins. Casos do tipo podem ser causados por desidratação a até mesmo mau funcionamento renal, conforme um artigo do blog Vida Saudável, do Einstein Hospital Israelita.
Bolsonaro ainda apresenta persistência no quadro de anemia, identificada inicialmente no último domingo, quando deixou a prisão domiciliar pela primeira vez para retirar lesões na pele, também no DF Star.
Dois dias depois, Bolsonaro voltou a deixar a detenção residencial e dar entrada na emergência da unidade de saúde ao apresentar vômitos, tontura, queda da pressão arterial e pré-sincope (sensação de quase desmaio). Segundo Flávio Bolsonaro, o pai teria ficado segundos sem respirar e teve um episódio de “vômito a jato” ao passar mal.
No boletim divulgado nesta manhã, o DF Star informa que o ex-presidente ainda foi submetido a uma ressonância magnética no crânio para elucidação de quadro de tontura recorrente, mas o exame não mostrou alterações agudas.
“Hoje foi um episódio mais drástico, em que o soluço dele foi aumentando. Ele quando, às vezes pela repetição, diz que trava o diafragma dele e teve um episódio de vômito a jato, com força, ficou quase 10 segundos sem respirar. O jeito que ele conseguiu de respirar foi fazendo isso, com vômito forte, tontura, pressão muito baixa”, detalhou o senador em entrevista coletiva nessa terça, conforme o portal da CNN Brasil.
Desde que foi atacado com uma facada durante a campanha eleitoral à Presidência, em 2018, Bolsonaro convive com sequelas da lesão e já foi submetido a pelo menos sete cirurgias devido ao episódio.
Também nessa terça-feira, Bolsonaro foi condenado pela Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a pagar R$ 1 milhão em indenização por falas racistas proferidas enquanto era presidente da República.
A nova sentença acontece menos de uma semana após ele ser condenado, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), a 27 anos e 3 meses de prisão devido à trama golpista, mas ainda não começou a cumprir a pena.
Desde agosto, Bolsonaro é mantido em prisão domiciliar após descumprir medidas cautelares impostas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga a conduta do filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pelos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação.