Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a indicação de Eduardo Bolsonaro para líder da minoria para salvá-lo do processo de cassação do mandato por faltas é um “caso atípico”.
O que aconteceu
Motta foi questionado pela deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) durante a votação da PEC da blindagem. O chefe da Casa disse que a presidência espera ser oficiada e não pode “tomar nenhuma providência na base da especulação”.
Manobra para salvar mandado. Os deputados da oposição afirmam que no cargo de líder Eduardo não teria obrigação de comparecer à Câmara para as sessões.
Parlamentar está nos Estados Unidos desde março. O deputado articula, com integrantes do governo Donald Trump, a aplicação de pressões sobre o Brasil em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Motta afirmou que a decisão sobre a liderança é das bancadas. Segundo o presidente da Casa, “são os deputados das bancadas que fazem essa escolha”.
É claro que se trata de um caso atípico. Nós vamos fazer uma análise, vamos conversar com os partidos de oposição e no momento certo responderei à questão de ordem de vossa excelência.
Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados.
Salário continua, mas contas seguem bloqueadas
Eduardo tentou pedir para exercer mandato à distância. Em agosto, ele protocolou um pedido, mas a medida não tem previsão na lei nem no regimento interno. A manobra para salvar Eduardo custou o cargo de Carol de Toni (PL-SC).
Deputado afirma que essa foi uma maneira de blindar seu posto na Câmara, mas terá pouco efeito prático em sua vida nos EUA, e nas finanças. Atualmente, suas contas bancárias estão bloqueadas por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes em inquérito no qual ele é investigado por coação de autoridades e obstrução de justiça pela atuação nos EUA.
“Com isso, para todos os efeitos, continuo sendo parlamentar. Continua desconto em folha para aposentadoria, continua pingando o salário lá, que sabe Deus quando eu vou ver, se algum dia na minha vida vou ver. Enfim, continua minha vida normal de parlamentar. Então, para que eu perdesse o meu mandato teriam que mudar o regimento só para me prejudicar, eu não vejo isso acontecendo” – Eduardo Bolsonaro, à coluna da jornalista Mariana Sanches.