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Tadalafila para treinos é “loucura” e disfunção erétil pode alertar problemas cardiovasculares

Foto: Whidy Melo/ac24horas
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Em uma entrevista exibida nesta segunda-feira (15) no programa Médico 24 Horas, o apresentador e médico Fabrício Lemos conversou com o urologista Dr. Etore Andrade sobre temas centrais da saúde urológica masculina e feminina. Transmitida pelo site ac24horas.com e nas redes sociais, a conversa enfatizou a importância da disfunção erétil como sinal de alerta para problemas cardiovasculares, os avanços nos tratamentos e o aumento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no Acre.


A discussão começou com um dos mitos mais recorrentes no consultório: o risco de morte associado ao uso de tadalafila, medicamento inibidor da fosfodiesterase tipo 5 (IPDE-5), popularmente conhecido como “pílula azul”. Dr. Andrade foi categórico: “A tadalafila não mata”. Ele explicou que eventos agudos, como infartos do miocárdio, ocorrem não pelo fármaco em si, mas pela “história natural da doença” subjacente. “O calibre da artéria que leva sangue para o pênis é o mesmo da artéria coronária do coração ou das artérias cerebrais. Se há obstrução vascular no pênis, ela é sistêmica e afeta o corpo inteiro”, detalhou o especialista. Estudos meta-analíticos, segundo ele, correlacionam a disfunção erétil a riscos de infarto e AVC isquêmico, recomendando que pacientes com o quadro sejam encaminhados a cardiologistas e neurologistas imediatamente.


Lemos questionou o uso emergente de tadalafila de 5 mg em academias para “vasodilatação muscular” e melhora de performance física. Andrade rebateu a tendência como “loucura”, sem base científica: “Não existe comprovação de que a tadalafila melhore o desempenho físico. O que melhora é treinar, alimentar-se bem e dormir adequadamente”. Ele alertou para o contexto de uso off-label, frequentemente associado a esteroides anabolizantes, que mascaram intenções reais de aprimoramento sexual. “É mentira estar usando tadalafila para treino”, afirmou, destacando que o medicamento atua como vasodilatador seletivo, promovendo liberação de óxido nítrico – um protetor endotelial que previne placas de ateroma nas artérias, reduzindo riscos cardiovasculares a longo prazo.

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Sobre as causas da disfunção erétil, o urologista listou as três principais a psicogênica (comum em jovens de 20 a 30 anos, agravada por redes sociais e estereótipos machistas), hormonal (queda de 1% na testosterona anual após os 35 anos) e vascular/neurogênica. “A reposição hormonal só se faz se necessário; retardar é melhor”, orientou, diferenciando-a do uso recreativo de anabolizantes, que complica o quadro. Para diagnóstico, ele recomenda dosagens hormonais e exames vasculares, tratando psicoterapia como aliada para o componente mental.


No rol de tratamentos, a primeira linha são os IPDE-5 orais, com destaque para a tadalafila de 5 mg diária: “Melhora a circulação, alivia sintomas prostáticos e tem efeito psicológico potente”. Como segunda opção, injeções intracavernosas de prostaglandina, fentolamina e papaverina – “vasodilatação local, dura 2 a 3 horas, aplicada como insulina”. A terceira linha, para falhas persistentes, são as próteses penianas. Predominam as semirrígidas (maleáveis), implantadas em cirurgia de 40 minutos com alta no mesmo dia e uso após 40 dias. “São vitalícias, com garantia indefinida; custam de R$ 4 mil a R$ 15 mil só a prótese”, comparou. As infláveis, com sistema hidráulico (reservatório de água destilada na bexiga), oferecem apelo estético maior (R$ 85 mil só o implante), mas ambas equivalem em eficácia, sem ereções naturais – o corpo cavernoso é destruído cirurgicamente. Andrade enfatizou alinhar expectativas: “Não aumenta tamanho nem engrossa; o pênis fica rígido, mas menos tumescente que na ereção sanguínea”. Truques como combinar com IPDE-5 melhoram a irrigação da glande para “maquiagem” estética.


A conversa migrou para ISTs, com gonorreia (Neisseria gonorrhoeae) como a mais prevalente no consultório, seguida de clamídia e ureaplasma. Preocupante é a “explosão de HIV” no Acre, com quatro diagnósticos recentes por Andrade, ligada à baixa adesão ao preservativo. “A resistência bacteriana mudou tudo: antigamente, ceftriaxona e azitromicina resolviam; hoje, precisamos de antibiogramas para gonorreia”, alertou, citando retornos sem melhora.


Saiba mais sobre esses e outros assuntos assistindo ao programa na íntegra:


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