A Associação Uasei dos Povos Indígenas de Oiapoque (AP) está entre os dez vencedores do Prêmio Equator 2025, concedido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A iniciativa foi escolhida entre mais de 700 indicações de todo o mundo pelo modelo de bioeconomia que une preservação ambiental, geração de renda e valorização da cultura indígena.
Com a conquista, o Brasil mantém a liderança histórica no reconhecimento: já são 24 iniciativas premiadas em 23 anos de existência do prêmio. A edição de 2025 teve como tema “Natureza para a Ação Climática” e destacou o protagonismo de povos indígenas e comunidades locais em soluções sustentáveis e na construção de uma transição ecológica justa.
Fundada em 2022, a Uasei reúne quatro povos indígenas do Amapá e tem como objetivo transformar a cadeia produtiva do açaí. A associação busca eliminar intermediários e garantir que o comércio do fruto seja controlado pelas próprias comunidades, aliando conhecimentos tradicionais a técnicas modernas de manejo sustentável.
Entre as iniciativas, a entidade implantou a primeira agroindústria em terras indígenas do estado, onde o açaí é processado em polpa, pó liofilizado e, em breve, também em sorvete. O projeto agrega valor ao produto e amplia sua competitividade no mercado.
A Uasei também criou o Empório Uasei, espaço que comercializa artesanato e derivados do açaí, fortalecendo a cultura local e atraindo turistas para a região. Com gestão participativa e protagonismo de mulheres e jovens, a associação se consolidou como exemplo de bioeconomia comunitária capaz de gerar renda, preservar o meio ambiente e reforçar a identidade indígena.
Criado pelo PNUD, o Prêmio Equator reconhece anualmente projetos comunitários que combatem a pobreza por meio da conservação e do uso sustentável da biodiversidade, dando visibilidade internacional a experiências que contribuem para enfrentar as mudanças climáticas e avançar nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).