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Oposição comemora voto de Fux para absolver Bolsonaro; governistas criticam

O ministro Luiz Fux, da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), votou na última quarta-feira (10) para absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros cinco réus por todos os crimes imputados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) – organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça; e deterioração de patrimônio público.


Em sua extensa manifestação, o ministro do Supremo divergiu do relator do caso, Alexandre de Moraes, e de Flávio Dino. Além disso, diferentemente da dupla, Fux analisou separadamente cada crime imputado a cada réu.


Embora tenha defendido a nulidade de todo o processo, Fux votou para condenar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente em 2022, pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.


Oposição


Aliados do ex-presidente comemoraram a decisão do magistrado de absolver Bolsonaro. O deputado federal Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara dos Deputados, afirmou em entrevista coletiva que o voto de Fux é determinante para a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro.


O parlamentar acrescentou ainda que a oposição estuda entrar com um pedido de habeas corpus no processo que julga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, do qual Bolsonaro é réu.


“Não, ele [voto de Luiz Fux] não pode ajudar, ele é determinante. O ministro deixou muito claro através do voto a inexistência de crimes por parte do presidente Bolsonaro”, declarou Zucco.


Nas redes sociais, outros parlamentares da oposição se mostraram favoráveis ao voto de Fux. O líder do PL (Partido Liberal) na Câmara, deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), parabenizou o ministro.


“As preliminares do voto do Ministro Fux, foram juridicamente perfeitas, justamente o que eu falo há meses. Parabéns, Ministro Fux.”


Já o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que o magistrado haveria provado a inocência de Bolsonaro.


Para o senador e líder da oposição no Senado Federal, Rogério Marinho, o voto de absolvição do ministro “desmonta a narrativa do suposto golpe e reafirma o Estado de Direito”.


A deputada federal Carol De Toni (PL-SC), líder da minoria na Câmara, considerou que o ministro proferiu um “voto imparcial e cirúrgico que reafirma que a Justiça deve se pautar por provas e pelo devido processo legal, não por pressões políticas ou midiáticas”.


Governistas


Do outro lado, parlamentares governistas se posicionaram contra a decisão de Fux. O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do PT (Partido dos Trabalhadores) na Câmara, afirmou que a base do governo não esperava que o ministro votasse pela absolvição.


“Se alguém me perguntar: ‘Vocês esperavam algo assim?’. É claro que não! A gente esperava o mínimo de coerência. A gente não esperava que o ministro Fux votasse contra ele, votasse contra o entendimento das pessoas do dia 8 de janeiro”, disse o deputado.


O parlamentar afirmou, ainda, que os governistas “não têm dúvida” de que os réus do núcleo 1 serão condenados ainda nesta semana.


A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denominou a decisão do magistrado como contraditória.


“De repente, um ministro que votou em todas as condenações da tentativa de golpe de estado agora alega que o STF e a 1ª turma sequer podem julgar este caso.”


Para a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o voto do ministro “se utiliza de uma nuvem jurídica para dar um voto político”.


O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou que Fux é uma “voz minoritária” no STF.


Na visão do líder do Governo na Câmara, o deputado federal José Guimarães (PT-CE), defendeu que o voto do ministro indica que “o Brasil tem instituições livres e uma democracia funcionando plenamente”. Apesar disso, criticou os apoiadores de Bolsonaro: “O ‘mito’ da tal ‘ditadura do Judiciário (STF)’ caiu por terra!”.


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