O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira que vê “com dor no coração” o voto do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) que se manifestou pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, dos ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno, além de outros cinco réus por tentativa de golpe e mais quatro crimes, nesta terça-feira. O filho primogênito de Bolsonaro disse que o voto é baseado em “raiva e ódio”.
Em sua manifestação, Moraes afirmou “não haver nenhuma dúvida de que houve tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito” liderada por Bolsonaro e listou episódios que considerou como “atos executórios” da conduta criminosa. A Primeira Turma da Corte retomou nesta terça-feira o julgamento do caso com a fase dos votos dos magistrados.
É uma tristeza no coração ver como uma pessoa pronuncia um voto político com tanta raiva, fala com tanto ódio. Parecia um líder do governo do PT no Supremo, proferindo palavras sem embasamento jurídico, sem vinculação com absolutamente nenhuma prova, como quem está ali praticando uma vingança, porque na cabeça dele parece que Jair Bolsonaro queria matá-lo — disse Flávio.
O ministro Luiz Fux, único a não acompanhar os entendimentos do relator no colegiado ao longo do processo, fez duas intervençoes indicando que pode ser um contraponto a Moraes no julgamento baseado em aspectos formais do processo e dosimetria adotada. Ele será o terceiro a apresentar seu voto, logo após o ministro Flávio Dino, próximo a se manifestar.
Ao proferir seu voto, Moraes considerou que Bolsonaro foi o “líder da organização criminosa” que tentou permanecer no poder após a derrota eleitoral de 2022.
— O réu Jair Messias Bolsonaro exerceu a função de líder da estrutura criminosa, e recebeu ampla contribuição de integrantes do governo federal e das Forças Armadas, utilizando-se da estrutura do estado brasileiro para a implementação de seu projeto autoritário de poder, conforme fartamente demonstrado nos autos — disse Moraes.
Com informações O Globo