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Do climatério à vaginose: ginecologista traz luz a tabus no Médico 24 Horas

Foto: Iago Nascimento/ac24horas
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O programa Médico 24 Horas, exibido nas redes sociais e no site ac24horas.com, nesta segunda-feira (8) recebeu a renomada ginecologista Dra. Samara Messias, uma das médicas mais conceituadas do estado do Acre. Em entrevista conduzida pelo médico e apresentador Dr. Fabrício Lemos, a especialista compartilhou sua expertise sobre os principais desafios da saúde feminina, com foco em condições ginecológicas frequentes e na abordagem humanizada no atendimento às pacientes.


Dra. Samara destacou que a leucorreia, termo técnico para corrimento vaginal, é a queixa mais comum em seu consultório. Ela explicou que as principais causas são a vaginose bacteriana, frequentemente associada à bactéria Gardnerella vaginalis, e a candidíase, agravada pelo clima quente e úmido da região amazônica. “A vaginose bacteriana causa um corrimento com odor característico, que pode intensificar-se após relações sexuais ou durante a menstruação. Já a candidíase é favorecida por dietas ricas em lactose, açúcar e trigo, além de fatores como baixa imunidade ou uso inadequado de antifúngicos”, esclareceu.


A médica também abordou a vaginose citolítica, uma condição menos conhecida que pode ser confundida com candidíase devido a sintomas semelhantes, como coceira e secreção grumosa. “É causada pelo excesso de lactobacilos, que desregulam o pH vaginal. O diagnóstico exige bacterioscopia a fresco, e o tratamento pode incluir bicarbonato de sódio intravaginal para reequilibrar a microbiota”, explicou. Ela ainda sugeriu uma solução caseira para casos de dificuldade de acesso ao tratamento: “Quatro colheres de sopa de bicarbonato em um litro de água, aplicando 30 ml uma ou duas vezes ao dia, pode ajudar bastante.”

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Outro tema central da entrevista foi o climatério, período que engloba a pré-menopausa, menopausa e pós-menopausa. Dra. Samara apontou que a fase pré-menopausa, que pode começar por volta dos 40 anos, é a mais desafiadora para muitas mulheres. “Elas apresentam sintomas como diminuição da libido, ressecamento vaginal, alterações de sono, ondas de calor e mudanças de humor, mas nem sempre associam isso ao climatério”, disse. A médica comparou o climatério a uma “TPPM sustentada”, destacando a irritabilidade causada pela queda de estrogênio, que reduz a tolerância e o “filtro emocional” das pacientes.


Sobre a reposição hormonal, a ginecologista desmistificou o tabu de que o estrogênio causaria câncer. “O hormônio não causa câncer de mama, mas pode acelerar o crescimento de um tumor preexistente. Por isso, a mamografia é essencial antes de iniciar a reposição, para garantir que não há nódulos suspeitos”, explicou. Ela reforçou que a reposição hormonal é segura para mulheres sem contraindicações, como histórico de nódulos malignos, e pode prevenir complicações associadas à falta de estrogênio, como aumento de gordura visceral, risco cardiovascular e osteoporose. “A mulher é estrogênio da cabeça aos pés. A reposição melhora cabelo, pele, humor e até a saúde óssea, mas é uma escolha individual, feita com base em exames e vontade da paciente”, afirmou.


Dra. Samara enfatizou a importância de uma abordagem humanizada no atendimento ginecológico. “Eu não trato só o órgão, trato a mulher como um todo. Às vezes, preciso ouvir a paciente, falar de Deus, entender sua história para acessar suas necessidades emocionais e físicas”, disse. Essa postura, segundo ela, é reflexo de suas próprias experiências como acompanhante de sua mãe, que enfrentou um câncer de útero. “Vi como o acolhimento faz diferença no tratamento. Quero que minhas pacientes se sintam respeitadas e cuidadas.”


Assista à entrevista completa, que abordou também outros temas:


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