PF investiga desvio milionário em cestas básicas e propina que levou ao afastamento do governador do Tocantins

Por
Terezinha Moreira

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), e a primeira-dama Karynne Sotero foram afastados de suas funções após serem apontados em investigação que apura um esquema de desvio de verbas públicas, fraudes em contratos e pagamento de propina.


A ação faz parte da segunda fase da Operação Fames-19, deflagrada na quarta-feira (3), quando a Polícia Federal cumpriu mais de 50 mandados de busca e apreensão em residências de investigados e órgãos públicos. O foco é apurar o uso irregular de emendas parlamentares destinadas à compra de cestas básicas durante a pandemia da Covid-19.


Segundo a PF, empresas criadas pouco antes dos contratos simulavam concorrência, mas eram usadas para desviar recursos e fraudar a entrega de alimentos. Algumas tinham como sócios “laranjas” beneficiários do auxílio emergencial.


O esquema, conforme a investigação, era dividido em quatro núcleos:


• Político: liderado por Barbosa, sua esposa e ex-secretários, com apoio de deputados que destinavam emendas em troca de vantagens.


• Servidores públicos: assessores especiais do governador direcionavam licitações, falsificavam entregas e movimentavam valores que chegavam em espécie ao chefe do Executivo.


• Empresarial: empresas contratadas simulavam entregas das cestas.


• Financeiro: responsável por lavar o dinheiro e redistribuir os valores. Parte dos recursos teria sido investida na Pousada Pedra Canga, empreendimento de luxo do filho do governador, em Taquaruçu.


O prejuízo aos cofres públicos ainda está sendo calculado, mas a PF aponta que os desvios chegaram a valores milionários.


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Terezinha Moreira