O programa Boa Conversa, comandado pelos jornalistas Astério Moreira e Luis Carlos Moreira Jorge, o Crica, trouxe nesta sexta-feira, 05, uma pauta recheada de assuntos. Entre os tópicos abordados no programa, estão a proposta de anistia que pode beneficiar Jair Bolsonaro, as articulações políticas envolvendo o senador Alan Rick e o prefeito Tião Bocalom, além de movimentações em torno das eleições de 2026 no Acre.
Um dos temas centrais será a nova versão do projeto de lei apresentada pelo líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que concede anistia aos condenados dos atos de 8 de janeiro e perdoa crimes desde o inquérito das fake news, em 2019. A proposta abriria caminho para a candidatura de Bolsonaro em 2026.
“Essa PEC da anistia é a PEC da impunidade. O Supremo já manifestou que uma PEC a crimes de golpes contra o Estado, ela é inconstitucional. Vai ser um tiro no pé. Se passar, vai ser derrubada no Supremo. A PEC do Alcolumbre diminui a pena dos crimes, e muitos dos presos poderiam sair da cadeia. A PEC do Alcolumbre mexe na dosemetria”, afirmou Crica.
“Essa PEC do Sostene tem uma pérola, que diz que, que qualquer tentativa de golpe no futuro, não seria crime. Uma coisa fora de contexto”, avaliou Astério.
Outro ponto envolve declarações do senador Alan Rick (União Brasil) sobre a política externa brasileira. O parlamentar criticou a postura do país em relação aos Estados Unidos e defendeu uma estratégia de maior aproximação, citando o exemplo da Argentina.
“Eu discordo do Alan nesse ponto, o Brasil não é colônia dos EUA, o Brasil é um país soberano. Como que um presidente dos EUA vai dizer como um juiz deve dar a sentença. Esse tarifaço do Trump é mais político do que econômico. O próprio Eduardo disse que se liberassem o pai dele, acabava o tarifaço. É uma ingerência”, ressaltou Crica.
“O Mourão disse que não aceitava interferência dos EUA no Brasil e ele está sendo chamado de general comunista”, disse Astério Moreira.
As tensões entre Alan Rick e o governo do Acre também ganharam espaço. Na coluna de Astério Moreira, a leitura é de que a relação já fragilizada ficou ainda mais difícil após recentes declarações.
“O que acontece é que o Alan tem que botar na cabeça dele que cargo confiança é cargo de confiança, se você aceita um cargo vai ter que acompanhar tanto no administrativo e no âmbito político. Se o cara tá no cargo de confiança e disse que vai apoiar o Alan é natural que o governo troque. Ele deixou claro que o governo vai ser adversário dele. O Alan tem que entender que é um candidato de oposição, ele vai ter que sofrer com a reação dura do governo, é natural’, destacou Crica.
“Na política acredito em tudo, a candidatura do Bocalom deu uma refreada e isso pode ser até estratégia. O Marcelo Moura, que é defensor da candidatura de Bocalom, estava com o Alan nessa semana no Juruá, o que dá pra deduzir, que o Bocalom não é mais candidato ou que ele abandonou o barco do Bocalom”, acrescentou Crica.
Já no Blog do Crica, falou sobre a repercussão da movimentação do deputado federal Eduardo Veloso (União Brasil), que prepara o anúncio de sua candidatura ao Senado em 2026. “Quem deve tá batendo palmas pra tudo isso é Jorge Viana, que corre sozinho na raia da esquerda com a direita dividindo vultoso. O Veloso deve anunciar numa coletiva que vai disputar o Senado e disse que conversou sobre isso com a Mailza, Gladson e o Bittar que não gostou desse assunto. Agora, a pergunta é: por qual partido ele vai disputar?”, pontuou Crica.
Outro tema polêmico foi o uso de jatinhos particulares por autoridades do Estado. Alan Rick fez questão de reforçar que, em uma eventual gestão, a prioridade será o interesse público. “Essa fala mostra como vai ser a campanha do Alan, que vai ser criticando o governo, é uma ruptura. Ele vai fazer oposição ao Governo”, pontuou Crica.
Na Câmara Municipal de Rio Branco, a baixa participação de vereadores resultou em uma sessão relâmpago de apenas 26 minutos, com apenas nove parlamentares presentes. O projeto Câmara Itinerante, que teve sua primeira edição em abril no bairro Sobral, segue sem data definida para a próxima realização.
“Eu acho que o Joabe Lira perdeu o comando da Casa quando faz só o que vier da Prefeitura. Virou um mantra dentro da Câmara não ter sessão por falta de quórum. O que salva ali é a oposição que é o Eber, Kamai, o resto não tá nem aí. É normal não ter sessão por conta de vereadores”, avaliou Crica.
Outro tema foi a aprovação, no Senado, das mudanças na Lei da Ficha Limpa, com votos favoráveis dos três representantes do Acre: Marcio Bittar (PL), Sérgio Petecão (PSD) e Alan Rick (União Brasil). “Não houve o fim da Ficha Limpa, mas sim uma adequação. Ela foi montada para beneficiar o ex-deputado Eduardo Cunha”, afirmou Crica.
No campo eleitoral, o ex-deputado João Correia ponderou que ainda é cedo para o MDB definir alianças para 2026. “O MDB só não vai conversar com o Bocalom e o PT, mas vão conversar com a Mailza e o Alan. Vejo uma inclinação maior para o lado da Mailza”, ressaltou Crica.
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