A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (3) a Operação Paroxismo, que investiga um suposto esquema de fraude em contratos públicos ligados à construção do Hospital Geral Municipal de Macapá. Entre os alvos está o prefeito da capital, Antônio Paulo de Oliveira Furlan (MDB), conhecido como Dr. Furlan, reeleito em 2024 com mais de 204 mil votos.
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão — 11 em Macapá e 2 em Belém (PA). Durante as diligências, um dos investigados tentou esconder o celular e acabou preso em flagrante por embaraço à investigação. O crime, segundo a legislação, prevê pena de três a oito anos de prisão, sem direito a fiança. O homem foi levado à sede da PF no Amapá e, posteriormente, encaminhado ao Instituto de Administração Penitenciária do Estado (Iapen), onde permanece à disposição da Justiça.
De acordo com a PF, há indícios de um esquema estruturado envolvendo agentes públicos e empresários, com suspeitas de direcionamento de licitação, desvio de recursos e pagamento de propina. O contrato sob investigação, firmado em maio de 2024, tem valor de R$ 69,3 milhões.
As apurações apontam ainda que o grupo utilizava mecanismos para ocultar a origem ilícita do dinheiro, como movimentações bancárias suspeitas e entregas em espécie. Um dos investigados teria sacado cerca de R$ 9 milhões em dinheiro vivo.
A gestão municipal possui diversas obras em andamento, entre elas a do Hospital Geral Municipal, que é o foco central das investigações.