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No Acre, dependente químico relata trajetória de vício e busca por ajuda

Foto: Whidy Melo/ac24horas
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À margem do rio Acre, próximo à Ponte Metálica, chamada Ponte Juscelino Kubitschek, Huesnem Guimarães Gurgel, 35 anos, dependente químico, compartilhou sua história ao repórter Whidy Melo, do ac24horas Play. O relato, marcado por franqueza e emoção, mostra os desafios da dependência química e a luta pela recuperação. O momento aconteceu na manhã desta quinta-feira (04).


Durante a conversa, Wesley contou sobre sua trajetória que levou ao vício, mas antes pediu ajuda às autoridades para buscar tratamento. “Minha vida, minha situação não tá fácil. Sou um dependente químico, preciso de ajuda”, relatou.


Quando questionado sobre a substância que consome, Wesley respondeu: “Dependência química. A cocaína. Comecei na fase dos 14 anos, na maconha. Aí aos 15 anos comecei a sair nas baladas, curtir e tal. Aí é onde a gente perde toda a confiança, todo crédito de conhecer e testar a dependência química. Ele disse que a dependência química não tem cura, tem tratamento. Mas se não tiver ajuda, a pessoa acaba se aprofundando. Aí dos 15 anos é bebida, cocaína, e hoje eu tenho 35 anos de idade, e não tá fácil, minha vida, de sair da dependência química”, pontuou.

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Wesley também refletiu sobre os fatores que o levaram ao vício.“Quando eu perdi meu pai, aí eu endoidei tudo. Parei no primeiro ano do segundo grau, inventei de se acompanhar com pessoas que a real é essa, que não presta, que só botam nós a perder a todo tipo de coisa errada do mundo. Bebida, cocaína, pedra, esse tipo de vício aí. E hoje eu tô aqui, tá? Nesta manhã, onde o irmão tá falando aqui, tem pessoas que estão se escondendo. Mas não é pra se esconder, é pra nós falar da nossa dificuldade, como é que o povo pode ajudar nós. Porque se esconder, o povo vai morrer usando droga”, destacou.


Foto: Whidy Melo/ac24horas

Sobre a perda do pai, Wesley falou com emoção: “Meu pai morreu de coração. Mexer com qualquer negócio de caminhão de tora, levar negócio de madeira para serraria, essas coisas. Depois que o pai morreu, que não é desculpa, mas às vezes o cara pensa que pra desabafar, sair o sofrimento do coração, da mente, a droga resolve. A droga não resolve nada, só aprofunda o vício e acaba com a nossa alma, com a nossa matéria e no final da história. Eu tinha uns oito anos quando meu pai morreu. Não recordo a idade. A única fisionomia que eu tinha dele foi quando eu fui ver ele no caixão dele, que quando a pessoa morre do coração, fica preto, preto”, relembrou.


Mesmo diante das dificuldades, Wesley mantém esperança: “Se eu tiver a oportunidade, da forma que você tá me ajudando aqui, eu saio. Não dá é pra me topar um cara de beira de esquina ali e me oferecer um cigarro, um negócio, vou acabar lá mesmo, mesmo isso”, finalizou.


O repórter do ac24horas, Whidy Melo, finalizou a reportagem informando que entrou em contato com o Ivan Ferreira, diretor de assistência da Secretaria, para buscar apoio e caminhos de tratamento para dependentes químicos como Wesley.


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