No dia que marca o início do julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro (PL), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu o direito à presunção da inocência, mas disse que ninguém está julgando “pessoalmente” nenhum dos réus.
Ao referenciar o julgamento que ele próprio enfrentou tempos atrás, Lula disse que não ficou “chorando” e que, pelo contrário, foi “à luta”.
“Ele pode se defender como eu não pude me defender e eu não reclamei, eu não fiquei chorando, eu fui à luta. Se é inocente, prove que é inocente, prove que não tem nada a ver com isso, está de bom tamanho”, afirmou o presidente em entrevista coletiva, após participar do velório do jornalista Mino Carta.
Lula disse esperar que a “justiça seja feita” porque o Brasil precisa da “verdade”.
“Eu desejo para mim e para qualquer inimigo meu, apenas o direito à presunção de inocência para que o Brasil fique sabendo da verdade e apenas a verdade”, completou o mandatário.
Julgamento na Suprema Corte
O STF (Supremo Tribunal Federal) deu início na manhã desta terça-feira (2), ao julgamento que pode condenar Bolsonaro e outros sete réus no inquérito que apura a existência de um plano de golpe de Estado no país.
De acordo com a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), o ex-presidente teria sido responsável por liderar a “organização criminosa”.
Em março deste ano, o ex-mandatário e odos os outros sete integrantes do chamado “núcleo 1” da denúncia, se tornaram réus pelo STF.
A PGR apontou cinco crimes diferentes atribuídos à Bolsonaro:
Organização criminosa armada;
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
Golpe de Estado;
Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
Deterioração de patrimônio tombado.
O julgamento iniciado poderá se estender por outras sessões que já estão reservadas também para esta quarta-feira, além dos dias 9,10 e 12 de setembro.