A eleição para o governo do estado é uma disputa que começa com cartas marcadas, com a clara polarização, já na pré-campanha, entre uma candidata que defenderá o modelo político que se encontra no poder, a vice-governadora Mailza Assis (PP) e um candidato que prega a mudança e a derrubada do grupo que governa o Acre, o senador Alan Rick (UB). O candidato do bloco da esquerda, seja o médico Thor Dantas (PSB) ou o vereador André Kamai (PT) entrarão na disputa como franco atiradores, por não terem a estrutura de apoio e a estrutura financeira dos seus adversários. O eleitor acreano não terá muita escolha em 2026: ou fica com quem defende a continuidade ou com quem quer uma mudança de modelo político. É seis ou meia dúzia.
VOTOS SEDIMENTADOS
Recente pesquisa mostrou em seu recorte sobre o Juruá, a médica Jéssica Sales (MDB) ganhando para o Senado do governador Gladson Cameli, em todos os cenários dos municípios da região. É um quadro de momento, não imutável, mas mostra como a Jéssica tem votos sedimentados naquele nicho. Mas, não há a certeza se a Jéssica disputará o Senado. É improvável.
NADA CONTENTES
Conversei ontem com alguns cabeças brancas do MDB, e todos manifestando descontentamento com o senador Alan Rick (UB) e simpáticos a uma nova conversa com a vice-governadora Mailza Assis (PP). Alegam que Alan menosprezou o partido, sem ao menos dar um telefonema a favor do presidente Vagner Sales, quando este esteve em disputa com o deputado Tanízio de Sá (MDB); e nem comunicou que tinha decidido se filiar ao Republicanos. “Vamos lhe tratar como eles nos tratou”, disse um dos ouvidos.
NENHUM COMPROMISSO
O presidente Vagner Sales (MDB), que será reconduzido ao cargo por aclamação na eleição da próxima sexta-feira, disse ao BLOG que depois da sua posse o partido estará livre para conversar sobre alianças para o governo. O MDB – diz – não tem até o momento nenhum compromisso com nenhum dos candidatos anunciados.
O QUE MARCA O MDB
O que marca positivamente o MDB é que o partido não tem dono, qualquer decisão importante passa pelo coletivo na chamada mesa azul. Não conheço outro partido no Acre mais democrático que o MDB.
MAILZA DECIDE
Caso não aconteça nenhum problema jurídico o governador Gladson Cameli será candidato a senador. Neste caso, o segundo nome da chapa governista será escolhido pela vice-governadora, Mailza Assis, que em abril do próximo ano comandará o governo do estado. Isso é ponto pacífico, volto repetir.
LÍNGUAS DIFERENTES
O governador Gladson Cameli e a sua secretária de Comunicação, Nayara Lessa, precisam afinar o discurso. Enquanto Cameli tece elogios ao Lula, sua secretária o critica nas redes, sob argumento que faz promoção pessoal do seu mandato, como se isso fosse novidade por essas bandas.
COMO DEVE SER O PARLAMENTO
O vereador Leôncio Castro (PSDB) deu um exemplo de como deve se comportar um político com mandato popular: comandou a retirada do grupo de vereadores do plenário da Câmara Municipal de Rio Branco, em protesto contra o presidente Joabe Lira (UB) tentar transformar a casa num puxadinho da PMRB, ao não colocar em pauta o pedido de afastamento do presidente do RBtrans, Clendes Vilasboas. Joabe colocou por terra em pouco tempo, a esperança de que teríamos uma legislatura independente. Uma pena.
NÃO É CONDENAÇÃO
O episódio não se trata de uma condenação antecipada do Clendes Vilas Boas – que não foi julgado e nem condenado pela justiça – mas de fazer prevalecer o debate livre na Câmara Municipal de Rio Branco. E que se decida o caso no voto do plenário.
COMO OUTRO QUALQUER
Os vereadores rebelados estão fazendo valer o respeito aos seus mandatos. O vereador Joabe Lira (UB) apenas está na presidência, momentaneamente, mas seu mandato não é mais importante que os dos demais vereadores. É bom lembrar: todos os vereadores da legislatura passada que só batiam palmas para o prefeito Bocalom foram derrotados.
PARADA INDIGESTA
A CNN anunciou ontem que está em discussão a filiação da ministra Marina Silva no PSB, para enfrentar a parada indigesta de ser candidata a senadora por São Paulo. Sua filiação acontecendo, teria reflexos na política regional: facilitaria a ida do PSB para a federação regional formada pelo PT-PCdoB e PV.
VIVE DO NOME
O PSB virou no Acre apenas cartorial. O seu único deputado estadual, Adailton Cruz, já anunciou que deixará a sigla. Outro nome de relevo, o ex-deputado Jenilson Leite, não se mostra disposto a voltar à política. E o presidente César Messias, que foi vice-governador, não quer mais saber de ser candidato. Quem ganhar o PSB como aliado não ganhará muita coisa.
O PROBLEMA SÃO OS NOMES
Não sei como é que o presidente do Republicanos, deputado federal Roberto Duarte, vai conseguir montar uma chapa competitiva para disputar vagas na Câmara Federal, no próximo ano. A deputada federal Antônia Lúcia (Republicanos) pode estar em outra sigla. E os nomes que são relacionados como possíveis candidatos não têm currículos de expressivas votações nas suas disputas passadas, para ajudar o Republicanos a conseguir 50 mil votos de legenda. Os bons nomes na praça estão em outros partidos.
CONTRATOU MARQUETEIRO
O deputado federal Eduardo Veloso (UB) mandou postagem ao BLOG confirmando que tem sido incentivado a ser candidato a senador e que em breve se manifestará sobre a hipótese. O que se sabe é que já contratou, inclusive, um marqueteiro.
OUTRA CONVERSA
Para deputado federal o candidato pode sedimentar sua candidatura em algumas regiões e se eleger. Já para o Senado, o candidato tem que ter votos de Assis Brasil à Marechal Thaumaturgo. O buraco para o Veloso vai ser muito mais embaixo. Para o Senado, só tem cobra criada para duas vagas: Gladson Cameli, Jorge Viana, Mara Rocha e Márcio Bittar e Sérgio Petecão.
BISADO O MANTRA
A esperança do prefeito Bocalom ser candidato a governador, parece que flopou. Recuou claramente. Sentiu que não teria o apoio do governador Gladson Cameli. E deixar a prefeitura para ser candidato com o governo como adversário, seria trocar o certo pelo duvidoso. E ademais, a Mailza não abre mão de ser candidata a governadora em 2026.
CHAPA PESADA
José Adriano, Zezinho Barbary, Socorro Neri,Coronel Ulysses, Eduardo Veloso, Fábio Rueda, Fernanda Hassem, Lucilene da Droga Vale e Pedro Pascoal, são nomes ventilados para disputar vagas na Câmara Federal. Quem já é deputado federal leva vantagem financeira. Todos integram a federação formada pelo PP e União Brasil, que pode ficar com quatro das oito vagas em disputa.
PERGUNTA QUE FICA
Fala-se na candidatura do secretário de Saúde, Pedro Pascoal, a deputado federal. Como terá que sair do cargo para ser candidato, ou consegue deixar alguém no seu lugar da sua extrema confiança e que saiba fazer política, ou vai dançar de tamanco na maionese. Quando se deixa de ser secretário, nem o vento costuma bater nas costas.
NEM COMEÇOU
Não bate com a realidade se projetar no momento quem deve ou não ganhar o governo na eleição do próximo ano. O jogo não começou. Não se sabe como estará o cenário. Não se sabe como estarão as composições e as pesquisas. É, pois, açodamento se apontar um favorito.
EM TODOS OS CENÁRIOS
O prefeito Zequinha Lima (PP) tem dito que em qualquer cenário da disputa do governo, seus dois candidatos a senador serão Gladson Cameli e Márcio Bittar. Sua candidata ao governo é a Mailza Assis.
TEM MORAL
A deputada Antônia Sales (MDB) tem moral para criticar e cobrar melhorias na prestação de serviços de saúde pelo estado, por um motivo: sempre fez cobranças neste sentido, também, nos governos passados. Não está se aproveitando das denúncias contra o atendimento pelo Pronto Socorro de Rio Branco.
FRASE MARCANTE
“Viúva com dinheiro é sempre noiva”. Ditado brasileiro.