Categorias: AmazonasRegião Norte

Maconha ‘creepy’ muda rotas do tráfico e faz apreensões dispararem no Amazonas, diz PF

Por
Terezinha Moreira

Uma variedade de maconha desenvolvida na Colômbia, conhecida como creepy — termo em inglês que significa “horripilante” ou “assustador” — está alterando rotas do tráfico no Brasil e elevando o volume de apreensões no Amazonas. Escondidos em embarcações, carregamentos da droga cruzam a fronteira pelos rios da região e são distribuídos por redes criminosas dentro do país, segundo informações do Valor Econômico.


Mais cara e mais potente que a maconha comum, a creepy chama atenção pelo alto teor de THC, substância responsável pelo efeito psicoativo da planta. Enquanto a maconha tradicional apresenta de 0,5% a 5% de THC, a versão colombiana chega a cerca de 24%, conforme dados do Centro de Estudos sobre Drogas e Desenvolvimento Social Comunitário (Cdesc) e do Sistema Integrado de Monitoramento de Cultivos Ilícitos da Colômbia (Simci).


Entre janeiro e julho deste ano, a Polícia Federal apreendeu 8,2 toneladas de maconha no Amazonas, grande parte da variedade creepy. No mesmo período, foram apreendidos 680 quilos de cocaína. Diferentemente da cocaína, que em grande medida atravessa o Brasil rumo à Europa, a maconha creepy é destinada principalmente ao consumo interno.


Segundo especialistas, o consumo dessa versão potencializada da droga aumenta riscos à saúde, podendo provocar efeitos intensos e imprevisíveis no organismo. Atualmente, os focos de apreensão estão concentrados no Amazonas, mas a tendência é de expansão para outras regiões do país.


A PF também monitora rotas que ligam a Colômbia à Venezuela e ao Caribe, usadas sobretudo no tráfico de cocaína. Em maio, pela primeira vez, foi apreendido no Brasil um semissubmersível adaptado para o transporte de drogas, que navegava por rios amazônicos até o mar do Caribe. Outro equipamento semelhante foi interceptado em Portugal, reforçando a preocupação das autoridades com a sofisticação do tráfico internacional.


Compartilhe
Por
Terezinha Moreira