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Que se vá

Por
Narciso Mendes

 Sempre que um ditador é posto fora do poder, democraticamente, volto a me reanimar.   


O ditador e sanguinário, Bashar al-Assad, da Síria, foi afastado do poder em razão das irresistíveis pressões da sua própria sociedade e sob aplausos do restante do mundo. Embora o mesmo tenha resistido, e com sucesso a diversos movimentos rebeldes, e até mesmo a algumas guerras, em apenas 10 dias, ele se viu obrigado a fugir do seu país e a se refugiar na Rússia, justamente o país que ao longo dos anos vinha lhes dando apoio.


Segundo os melhores analistas internacionais, em assunto de natureza política, preocupadíssimo com a guerra contra a Ucrânia, o próprio ditador russo, Vladimir Putin, não pode oferecer o seu apoio, apenas e em troca, concedeu-lhes exílio. Igualmente fez o Irã, em razão da guerra, ainda não conclusa, entre Israel e palestinos. Outro parceiro do ditador Bashar al-Assad, o grupo terrorista, Hezbollah, ora em guerra contra Israel, do também terrorista, Benjamin Netanyahu, não pode sair em sua defesa.


A ditadura Síria já durava há quase 60 anos, afinal de contas, a mesma foi estabelecida pelo pai de Bashar AL-Assad, o também tirano, Hafez al-Assad. Segundo a Anistia Internacional, no ano de 2.017, 13.000 sírios foram mortos por enforcamento.


Sobre a queda do ditador Bashar AL-Assad, praticamente, todos os países do mundo solidarizaram-se com os rebeldes, embora o presidente dos EUA, Donald Trump, não se envolvera. Melhor ainda: o líder dos rebeldes já garantiu que proporá uma reunião com os países europeus, e até, com a própria ONU, para definir o futuro da própria Síria. Que assim seja.


Ditaduras, onde quer que elas estejam, precisam ter fim, justamente, por faltar-lhes legitimidade. Isto me faz lembrar que foi, em nome da democracia, que o então ditador de Cuba, Fulgêncio Batista, foi afastado do poder, porém e para infelicidade dos próprios cubanos, os mesmos passaram a ser governados por outro ditador, o tirano Fidel Castro, e por mais de meio século.


Aqui, pertinho de nós, os venezuelanos vivem submetidos a uma ditadura imposta pelo seu atual presidente, ou mais precisamente, pelo ditador Nicolás Maduro, cujas ações, já impuseram que mais de 5.000.000 de venezuelanos vivam perambulando, mundo afora.


Lamentavelmente, no nosso país, presentemente, muito se tem falado em golpe de Estado, e em sendo este o principal instrumento, diria até a porta de entrada para os golpistas chegarem ao poder, que desta vez saiamos imunizados de futuros golpes, até porque, revendo a nossa história política, muitos golpes de Estado já ocorreram, a lembrar um deles: A proclamação da nossa República resultou de um golpe que o Marechal Deodoro da Fonseca aplicou no então imperador D. Pedro II. Ao longo de nossa história, devidamente contabilizados, já tivemos que enfrentar oito tentativas golpistas.


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Narciso Mendes