Por: Bruna Bozano
O mercado pet no Brasil continua sólido e em franca expansão.
Segundo a ABINPET e o Instituto Pet Brasil, o setor faturou aproximadamente R$ 75 a 77 bilhões em 2024, mantendo evolução mesmo frente a pressões econômicas.
Para muitos empreendedores — pet shops, clínicas, serviços móveis e fornecedores — isso representa não apenas o prazer e a felicidade em trabalhar convivendo com o fofíssimo cachorro Shih Tzu ou a espoletagem de um Golden durante os banhos no dia a dia, mas também uma oportunidade crescente junto à administração pública, por meio de licitações para castrações, vacinação, fornecimento de ração a abrigos e serviços veterinários contratados por prefeituras (ABINPET/Instituto Pet Brasil).
Essa matéria explica por que faz sentido diversificar o atendimento, continuar atendendo aos donos de um fofo, (cliente comum + contratos públicos), quais benefícios práticos isso traz e como operacionalizar a transição com tecnologia, processos e escolhas de qualidade que fazem a diferença no resultado final.
Por que vale a pena: previsibilidade e escala
Contratos públicos costumam oferecer prazos e volumes que vendas no balcão raramente garantem. Prefeituras compram por catálogo ou realizam registros de preços para aquisições contínuas — por exemplo, campanhas de castração ou compra de ração para abrigos. Isso traz fluxo de caixa previsível e permite planejar expansão com menor risco. Há, inclusive, diversos exemplos reais de editais municipais nessa área que mostram a demanda concreta por fornecedores do segmento.
Além disso, as exigências contratuais elevam a reputação da empresa: vencer e executar bem contratos públicos gera portfólio técnico valioso diante de clientes privados.
Enquadramento jurídico e ferramentas obrigatórias
A Lei 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações) modernizou normas sobre garantias contratuais e execução, e impulsionou o uso de modalidades como seguro garantia licitação em contratos de maior valor — impactando tanto a gestão de risco dos municípios quanto os requisitos para os fornecedores (Lei 14.133/2021).
Nos processos eletrônicos (pregão, registro de preços), o uso de plataformas do governo e portais de compras centralizados cresceu significativamente. Isso implica familiaridade com sistemas digitais, envio de propostas eletrônicas e assinatura de documentos com certificado digital.
Transição prática: passos operacionais para o modelo híbrido
- Regularize e ajuste o enquadramento societário
Adeque-se aos CNAEs corretos, tenha certidões negativas e prepare-se para participar de pregões eletrônicos. Organize alvarás, registros de responsabilidade técnica e comprovantes fiscais.
- Implemente tecnologia para agilizar processos
Adquira certificado digital (e-CNPJ) para assinatura de propostas e contratos eletrônicos. Utilize sistema de gestão (ERP) para controlar estoque, emitir notas fiscais e organizar entregas — reduzindo erros e acelerando a habilitação.
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- Padronize e documente seus processos
Crie manuais, checklists de qualidade para vacinas/medicamentos e protocolos de atendimento. Produza relatórios e registros confiáveis exigidos por contratos públicos.
- Invista em qualidade e confiabilidade
Use insumos originais e rastreáveis. Um detalhe importante: utilize toners originais para impressoras. Pode parecer um mero detalhe, mas além de gerar economia à longo prazo, o toner ideal garante qualidade nas impressões de propostas, contratos e relatórios, evitando falhas e reforçando a imagem profissional.
Sugestão: A AcessoShop fornece produtos originais e preços interessantes que podem auxiliar o empreendedor nessa missão.
- Simule preços e margens
Contratos públicos geralmente operam com margens mais apertadas, mas com volume maior. Combine esses contratos com serviços premium (banho & tosa, consultas especializadas) para manter margens saudáveis. Dados do setor indicam que pet shops têm margem líquida típica entre 10–30%, enquanto clínicas veterinárias bem geridas podem ter margens maiores (dados do SEBRAE).
Exemplo numérico simples
- Suponha uma pet shop com faturamento mensal de R$ 50.000 e margem líquida de 12% (lucro de R$ 6.000).
- Um contrato público de registro de preços que traga R$ 80.000 por ano — ou cerca de R$ 6.666 por mês — adiciona receita previsível. Mesmo com margem de 8% (R$ 533/mês), reduz a volatilidade e melhora o poder de compra em escala.
Combinar contratos públicos com serviços premium eleva a margem média, dilui custos fixos e aumenta a eficiência da estrutura.
Organização interna: o dia a dia de quem atua com o setor público
- Logística: prazos rígidos exigem frota própria ou transportadora confiável;
- Controle de qualidade: amostras, fichas técnicas, certificados de origem para insumos;
Riscos e como mitigá-los
- Imobilização financeira: exija segurança antecipada como seguro-garantia, evitando bloqueio excessivo de caixa (tendência ampliada com a nova lei);
- Incapacidade operacional: invista em procedimentos padrão (SOPs), treinamento contínuo e fornecedores de backup;
- Risco reputacional: contratos públicos mal executados abalam a credibilidade. Comece com contratos menores e acumule histórico técnico.
Casos de demanda ativa no setor público
Portais oficiais e diários municipais registram constantemente pregões para serviços como castração, vacinação, fornecimento de ração para abrigos e contratação de clínicas móveis (castramóveis). Empresas que já venceram licitações relatam que volume e previsibilidade justificam investimentos em certificação e tecnologia.
Checklist prático para quem quer começar
- Regularização jurídica (CNAE, certidões, documentação técnica)
- Certificado digital e interação com plataformas eletrônicas
- Implementação de software de gestão para estoque, faturamento e logística
- Padronização de processos operacionais e de qualidade
- Uso de insumos certificados e tecnologias confiáveis
- Simulação financeira realista (fluxo, margem, capital de giro)
- Consideração de seguro-garantia como alternativa à caução alta
- Portfólio técnico bem documentado para anexar às propostas
Escala + qualidade = vantagem competitiva
A combinação entre atendimento ao público e participação em licitações públicas é viável e pode ser altamente vantajosa: traz previsibilidade de receitas, escala de compras e maior reconhecimento. O segredo está em adaptar processos, modernizar com tecnologia (certificado digital, ERP, controle de estoque), priorizar insumos confiáveis e modelar financeiramente cada contrato antes de assumir o compromisso.
O mercado pet está pronto — e as prefeituras, cada vez mais integradas nas iniciativas de bem-estar animal, demandam serviços contínuos. Para quem quer crescer mantendo sua clientela particular, essa estratégia híbrida (público + privado) é uma das rotas mais sólidas para escala e resiliência.