Negacionismo de Bittar com vacina pode custar caro em 2026

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Da redação ac24horas

O programa Boa Conversa desta sexta-feira, 22, trouxe os principais acontecimentos políticos e pesquisas eleitorais do Acre e do cenário nacional, com análises detalhadas dos jornalistas Marcos Venicios, Luis Carlos Moreira Jorge, o famoso ‘Crica’ e Astério Moreira.


Em entrevista ao Bar do Vaz, o senador Marcio Bittar falou sobre sua relação com Bolsonaro, deixando claro que se mantém crítico em alguns pontos. Sobre possíveis alianças eleitorais, Bittar afirmou que ainda é cedo para declarar apoio à vice-governadora Mailza Assis, mesmo sem descartar a parceria com Alan Rick.


“Não é verdade que o União Brasil e PP vão definir o seu candidato, onde houver divergência, aqui tá definido, a Mailza é a candidata da federação, constou na ata que o PP vai comandar aqui e quem vai ser a candidata? A Mailza. Nisso, o Marcio está errado, essa fala ele tá em cima do muro, ele tá esperando o cenário. Ele joga com o cenário de que também pode ser candidato a governador de ser chamado como a salvação da lavoura, ele é muito esperto e pragmático”, avaliou Crica.


Foto: Iago Nascimento

“Ele colocou um ponto que é importante, que fica entre linhas, citou o caso da Mailza em 22 que era candidata a reeleição e que acabou virando vice em 22. Eu acho que no jogo, ele tá certo, de não definir nada, se ele dizer que é Mailza, ele não vai ganhar nada e ir pro jogo é como a guerra. O Alan está cristalizado, a Mailza ano passado tinha 2% e hoje tem 14%, se o Gladson ficar no cargo tenho a impressão que ele continua com a Mailza”, afirmou Astério.


O senador também comentou a respeito da narrativa sobre a tentativa de golpe, classificando-a como “a maior fake news do Brasil” e criticou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, chamando-o de “psicopata”. Ao falar sobre vacinas, Bittar repetiu a narrativa do ex-presidente Bolsonaro, dizendo que tomou, mas não queria tomar. Além disso, a fala de que é liderado por Bolsonaro, mas que não é tapado foi abordada pelos comentaristas.


“Eu acho que tem a situação do Senado onde o Bolsonaro foi com o Rogério e o Marcio foi com o Alcolumbre. O Bittar deixa claro que está contra a prisão do Bolsonaro, mas ele sempre deixa uma porta num ponto de que ele tem um limite, se o Bolsonaro pedir alguma coisa prejudicá-lo eleitoralmente, o Bittar não vai fazer”, pontuou Astério Moreira.


Foto: Iago Nascimento

“Porque tinha interesse na liberação do empréstimo de R$ 140 milhões ao prefeito Bocalom para a campanha e o Alcolumbre foi o principal articulador. O Bittar é cegamente Bolsonaro. Essa fala do golpe que o Bittar falou é pra bolha dele, não vejo nada de anormal, ali tem depoimentos dos generais que se recusaram como o do Exército e o da Aeronaútica. O Bittar é bolsonarista e nunca vai admitir que houve uma tentativa de golpe”, destacou Crica.


A pesquisa Real Time Big Data / TV Gazeta apontou que Alan Rick lidera a corrida pelo Governo do Acre com 35%, seguido por Bocalom com 23% e Mailza Assis com 14%.


“Estamos há treze meses, essa pesquisa registra momento. O Alan aparece muito bem situado, não foi surpresa, ele continua liderando até porque as campanhas não estão na rua. Agora, quando soma os índices do Bocalom e da Mailza, ultrapassa o Alan. Agora, se sair dividido pode pegar uma peia do Alan, porque quando a Mailza aparece 18%, o povo do Bocalom não tá votando nela. Então, tem isso aí e a Mailza saiu relativamente bem, saiu de 1% para 3%, agora tá em 18%, ela pode ser a governadora se o Gladson sair ao Senado. O jogo está andando”, pontuou Crica.


“O desafio do candidato da esquerda e o próprio desafio do JV é capitalizar os votos do Lula, aqui tem 30% que votam no Lula, vai ser um desafio deles crescer nesse nicho”, pontuou Astério Moreira.


Na disputa pelo Senado, Gladson Cameli lidera, enquanto Bittar e Jorge Viana brigam pela segunda vaga. Além dos nomes das ex-deputadas federais, Mara Rocha (Republicanos) e Jéssica Sales (MDB) que aparecem nas respectivas quarta e quinta posição.


“A Jéssica quando tá na cartela, ela quebra praticamente no meio a Mara. O que me chamou a atenção foi a rejeição do Jorge Viana, outra coisa que também me chamou é que o Bocalom aparece bem só que também como rejeição. Eu tenho minhas dúvidas, mas não brigo nas pesquisas. A Jéssica será se vai ser candidata? Uma campanha precisa de ao menos R$ 40 milhões, porque você tem que financiar as campanhas dos estaduais e federais. A eleição no Acre é comprada. A ideologia corre quando se vê uma nota de R$ 100. Em todas as pesquisas, o JV e o Marcio aparecem polarizados”, pontuou Crica.


“Eu acredito que o JV e o Bittar terão uma estrutura forte e pode ser que tenha uma polarização entre os dois. A Mara apareceu muito bem nessas pesquisas, mas o fato de Alan está liderando, vai tá na chapa dele e é capaz do Alan puxar ela apesar”, pontuou.


Foto: Iago Nascimento

O levantamento também mostrou que o governo de Gladson Cameli tem aprovação de 64% da população, enquanto a administração de Bocalom em Rio Branco é aprovada por 56%. Por outro lado, 67% dos acreanos reprovam o governo federal, mesmo com o anúncio de R$ 1 bilhão em investimentos. “O Gladson é um cara diferente, a figura dele está desvinculada do governo, ele tem uma boa imagem e o povo gosta disso. Uma hora acaba como acabou do Nabor Júnior com o tempo acaba”, pontuou.


O MDB do Acre terá disputa interna, com Tanizio se lançando candidato contra o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul Vagner Sales. O governo do Acre afirma que não pretende se envolver na guerra interna do partido.


“A Mailza me disse que não vai se meter na eleição do MDB e que vai conversar com a nova executiva da sigla. O Calixto me disse que o governo não vai se meter na eleição do MDB, é claro que o Tanizio deve ter tentado fazer com que o Governo entrasse, mas o governo não vai. Quem vota são os delegados de cada diretório. Os cabeças brancas acham que levam a eleição com 70%”, pontuou.


A conselheira Naluh provocou polêmica ao chamar o governador Gladson Cameli de “assassino”, gerando reação do governo que solicitou seu afastamento da relatoria de contas do TCE. O secretário de Governo, Luiz Calixto, comentou sobre o episódio, afirmando que Naluh precisa lembrar que atua como conselheira do TCE e não como militante política do PT.


“Deu um rebuliço, eu não vi o contexto em que isso foi dito, fica até difícil para comentar, não vi essa gravação de que essa palavra assassino foi colocada. Então, fica difícil opinar”, avaliou Crica.


“Eu não sei se o governo consegue afastar ela da relatoria das contas, só que faz parte do Calixto de ir pra cima, ele tá jogando. O TCE vem tendo um protagonismo maior e eu acho que esse embate virão novos capítulos”, pontuou Astério Moreira.



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