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Nos últimos anos, o Brasil vem escrevendo um novo capítulo na luta contra a fome e na promoção da segurança alimentar. Por meio de uma rede articulada de políticas públicas, o governo federal tem alcançado resultados concretos que transformam a vida de milhões de brasileiros. Este relatório apresenta um retrato detalhado desse cenário, reunindo dados que comprovam os avanços e apontam os desafios que ainda precisam ser superados.
A retirada do Brasil do Mapa da Fome, confirmada pela ONU em julho de 2025, simboliza o impacto direto de ações bem estruturadas. A comida voltou a ser um direito e não um privilégio, graças à retomada e ao fortalecimento de programas essenciais como o Bolsa Família, o Fomento Rural, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e as Cisternas.
O Cenário Nacional da Segurança Alimentar
Os dados mais recentes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social revelam um quadro de transformação gradual, porém consistente. Após os anos difíceis da pandemia, quando os índices de insegurança alimentar atingiram patamares alarmantes, o país vem recuperando terreno na garantia do direito básico à alimentação adequada.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), entre 2022 e 2024 o Brasil registrou uma redução de 34% nos casos de insegurança alimentar grave. Esse avanço é resultado direto da implementação coordenada de diversas políticas públicas que atuam em diferentes frentes: desde o acesso imediato a alimentos até o fortalecimento da produção agrícola familiar.
As Cozinhas Solidárias: Redes de Esperança
No coração dessa transformação estão as Cozinhas Solidárias, que se multiplicaram pelo território nacional como espaços de acolhimento e garantia de alimentação digna. Atualmente, são 1124 cozinhas habilitadas, distribuídas em 1.628 municípios de todas as regiões do país.
Cada cozinha é mais do que um local onde se preparam refeições. São centros comunitários que oferecem refeições diárias, mas que também servem como pontos de encontro, troca de saberes e construção de soluções locais para problemas alimentares. O investimento federal de R$ 687 milhões em 2024 permitiu não apenas a manutenção desses espaços, mas também a melhoria da qualidade nutricional das refeições servidas.
Bolsa Família: A Base da Proteção Social
O programa Bolsa Família continua sendo a âncora da rede de proteção social brasileira. Com 21,1 milhões de famílias beneficiadas em 2024, o programa alcança 99,3% dos municípios brasileiros. O valor médio do benefício, atualmente em R$ 672, representa em muitas localidades a diferença entre ter ou não ter comida na mesa no final do mês.
Estudos recentes demonstram que cada real investido no Bolsa Família gera um impacto multiplicador na economia local, especialmente nos pequenos municípios do interior. Os beneficiários priorizam a compra de alimentos básicos, movimentando o comércio local e fortalecendo circuitos curtos de produção e consumo.
Fortalecendo a Produção: O Papel do PAA
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) completa duas décadas como uma das políticas mais inovadoras no combate à fome. Em 2023, foram investidos R$ 612 milhões na compra direta de produtos da agricultura familiar, beneficiando 127 mil agricultores em todo o país.
Um dos aspectos mais notáveis do PAA é seu caráter inclusivo. As mulheres, que historicamente tiveram menos acesso a políticas agrícolas, representam 72% dos produtores cadastrados. Além disso, 38% dos recursos são destinados especificamente a comunidades indígenas e quilombolas, reconhecendo seu papel fundamental na produção de alimentos saudáveis e na preservação da agrobiodiversidade.
Água: O Primeiro Alimento
O Programa Cisternas, que completa 21 anos em 2024, já transformou a vida de milhões de pessoas no semiárido brasileiro. As 1,28 milhão de cisternas instaladas desde o início do programa representam mais do que tecnologia social – são símbolos de autonomia e resiliência.
Com investimento de R$ 1,2 bilhão no atual ciclo, a meta é instalar mais 350 mil unidades até 2026. Cada cisterna garante água para consumo humano e, em muitos casos, também para pequena produção agrícola, permitindo que famílias antes dependentes de carros-pipa possam planejar seu futuro com maior segurança.
Desafios e Perspectivas
Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos na área de segurança alimentar. A desigualdade regional no acesso aos programas, a necessidade de maior integração entre as políticas e os efeitos das mudanças climáticas na produção agrícola são alguns dos pontos que exigem atenção constante.
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social trabalha agora na expansão para 3.000 Cozinhas Solidárias até 2026 e na implementação do Programa Brasil Sem Fome, que pretende articular todas as iniciativas existentes em uma grande rede nacional de segurança alimentar.
A transformação da segurança alimentar no Brasil é um processo complexo e contínuo. Os números apresentados neste relatório não são apenas estatísticas – representam milhões de histórias de vida que estão sendo mudadas pelo acesso regular a alimentos de qualidade. A construção de um país sem fome exige persistência, inovação e, principalmente, o compromisso de colocar o direito humano à alimentação no centro das políticas públicas.
Saiba mais em: www.mds.gov.br