O ex presidente Jair Bolsonaro e seu advogado, Paulo da Cunha Bueno, falam com a imprensa após prestar depoimento na Polícia Federal sobre o inquérito que investiga os atos de seu filho, Eduardo Bolsonaro, nos EUA. - Pedro Ladeira/Folhapress
O advogado Paulo da Cunha Bueno, que defende Jair Bolsonaro no processo da trama golpista, afirma que o ex-presidente recebeu de fato uma sugestão para pedir asilo à Argentina.
Uma minuta chegou a ser enviada a ele, como mostrou a Polícia Federal, “mas Bolsonaro não aderiu”, diz Cunha Bueno.
A imagem mostra um grupo de pessoas em uma coletiva de imprensa. No centro, um homem com cabelo curto e camisa verde está cercado por repórteres e câmeras. Ele parece estar respondendo a perguntas. Ao fundo, há várias pessoas observando a cena, e um veículo preto está estacionado próximo. Os repórteres seguram microfones com logotipos de diferentes emissoras de TV.
“Essa proposta ocorreu há mais de um ano e meio, e ele rechaçou”, segue o advogado. “A fuga nunca foi uma opção”, segue.
“Depois de rejeitar a ideia do asilo, o ex-presidente não apenas ficou no Brasil, mas esteve presente em todos os atos do processo contra ele, inclusive àqueles para os quais não foi convocado”, segue o advogado.
Cunha Bueno relembra que Bolsonaro não tinha obrigação, mas estava presente no dia do julgamento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pelo recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra ele, transformando-o em réu.
A investigação da Polícia Federal revelou que Bolsonaro tinha em seu celular uma carta com pedido de asilo ao presidente da Argentina, Javier Milei. O documento foi produzido, segundo a PF, pela esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
“A investigação identificou que o documento foi salvo no aparelho de Jair Messias Bolsonaro no dia 10/2/2024, dois dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, autorizada por esta Suprema Corte nos autos da Pet 12.100/DF e deflagrada em 8/2/2024”, destaca Moraes.
O ministro determinou que a defesa apresente uma explicação para a minuta no prazo de 48 horas.
Moraes também diz que o relatório da Polícia Federal apontou que Bolsonaro descumpriu “diversas vezes as medidas cautelares” [veja a íntegra aqui].
“Durante a investigação e com a realização da restauração de dados salvos por meio de backup, a Polícia Federal verificou a intensa atividade de Jair Messias Bolsonaro na produção e propagação de mensagens destinadas às redes sociais, em clara afronta a medida cautelar anteriormente imposta”, afirma o ministro.