A secretária adjunta de Saúde do Acre, Ana Cristina Moraes, concedeu entrevista nesta quarta-feira, 20, ao programa Boa Conversa, do ac24horas, direto da Assembleia Legislativa, após participar de uma reunião da Comissão de Saúde sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da Saúde.
Durante o programa, a gestora abordou as críticas do deputado estadual Adailton Cruz sobre a execução de emendas e a morte de uma paciente que realizou uma cirurgia no Programa Opera Acre.
Logo na abertura, Ana Cristina confirmou que 30 de setembro foi definido como prazo para a conclusão do plano. “Nós já vínhamos trabalhando esse PCCR há algum tempo, junto com os sindicatos da saúde, com as categorias. A nossa esperança é que agora, dia 30, a gente efetivamente conclua o plano e ele seja encaminhado para a Aleac, aguardando aí a brecha fiscal. Após 25 anos parado, vamos ter esse alento e essa renovação do nosso plano”, afirmou.
Questionada sobre divergências apresentadas por sindicatos quanto ao cronograma, a secretária explicou os entraves. “Infelizmente, a gente trabalha com muitas pessoas, com muitas cabeças, e às vezes os sindicatos acabam não entendendo os prazos legais que são necessários para a revisão de um plano da complexidade da saúde. Depois que a gente faz todo o desenho, ele precisa passar pela Seplan, Sead, Fazenda e pela PGE. Muitas vezes há esse desentendimento em relação a esses prazos”, disse.
Ela também reconheceu que, por diversas vezes, o plano precisou ser revisto.“Um plano construído a muitas mãos realmente voltou para a mesa de discussão várias vezes. Inclusive, nós já aprontamos esse plano e voltamos por discordância. Isso é natural. Mas cada vez que voltamos à negociação, o processo atrasava. O cronograma era de oito meses, não conseguimos cumprir por conta dessas discussões”, explicou.
Sobre críticas do deputado Adailton Cruz (PSB) a respeito de emendas parlamentares que teriam retornado por falha da pasta, Ana Cristina esclareceu que a execução depende de entraves legais e burocráticos. “Existia uma emenda colocada para o Hospital Anssau, em Cruzeiro do Sul, que é uma entidade terceirizada. Não sendo possível a passagem da emenda para essa instituição, ela não pôde ser executada. Outras emendas do deputado foram destinadas a unidades e algumas já foram executadas parcialmente. O que acontece é que muitas vezes a burocracia impede que sejam liquidadas no prazo de um ano. Me estranha essa fala do deputado”, justificou.
Ana Cristina também rebateu declaração do parlamentar sobre a morte durante o Opera Acre, programa de mutirões de cirurgias do Estado. Segundo ela, a colocação de Adailton Cruz foi infeliz. “Nós não tivemos nenhum óbito no Opera Acre. A paciente não morreu no programa. Infelizmente, toda cirurgia traz riscos. Houve um caso em Senador Guiomard em que a paciente foi submetida à cirurgia, recebeu alta, depois apresentou intercorrência, foi reabordada cirurgicamente e levada para a UTI, mas infelizmente veio a óbito. Não houve negligência médica. Foi uma fatalidade”, explicou.
“Eu acho que o deputado foi infeliz na fala dele, sem considerar todo o esforço que é feito pelo programa, os resultados que nós alcançamos aí, de mais de 19 mil cirurgias após a criação desse programa, um programa reconhecido a nível nacional, nós ocupamos o primeiro lugar a nível nacional no programa Operar Acre. Então, assim, eu acho que foi uma fala infeliz de acusação aos profissionais e eu hoje faço aqui a minha voz, a voz dos nossos servidores, para que nós possamos, antes de qualquer denúncia, antes de qualquer, né, de falar sobre qualquer assunto, visto que a saúde também é um assunto muito delicado para os familiares, para o próprio paciente, que a gente busque o conhecimento dos fatos. Até para que a gente não possa, de repente, fazer uma fala desse tipo e agredir os nossos servidores que estão tão dedicados e fazem um trabalho tão bonito no Opera Acre”, finalizou.
