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Eis a questão

Por
Narciso Mendes

Se tiver que virar a mesa que seja antes das . eleições. Palavras do general Augusto Heleno.


No decorrer do mês de agosto/2022, numa reunião ministerial, presidida pelo então presidente Jair Bolsonaro, o espírito golpista se fazia presente. A provar que sim, coube ao então general e chefe do GSI-Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, proferiu a expressão que encabeça este artigo e a que melhor se adéqua para revelar, de fato, que a trama golpista já se encontrava em curso.


De certo modo, o general Augusto Heleno, segundo a lógica golpista, estava antevendo o que poderia acontecer caso o referido golpe viesse falhar, posto que, somente até o último dia do ano de 2022, o presidente Jair Bolsonaro se manteria no poder.


A despeito das pretensões dos radicais bolsonarismo, no meio do caminho a ser trilhado pelos golpistas havia, não apenas uma pedra, mas sim, uma rochosa cordilheira. Era disto que o general Augusto Heleno se preocupava. Reporto-me às eleições presidenciais que iriam ocorrer no mês de outubro daquele ano.


Porém e para o desespero dos bolsonaristas, do próprio presidente Jair Bolsonaro e de uma fração dos nossos militares, alguns detentores de altas patentes, mas defensores do pretendido golpe já se preocupavam com a eleição do candidato Lula, para exercer um 3º mandato presidencial. Outra não era a causa dos seus desesperos.


Lamentavelmente, nem mesmo a eleição do candidato Lula bastou para deter os ânimos dos golpistas, e a provar que não, as frentes de alguns dos quartéis do nosso exército foram tomadas pelos simpatizantes do pretendido golpe, a se destacar, as manifestações à frente do quartel general de Brasília.


Nada mais estranho, afinal de contas, jamais as adjacências do QG de Brasília, em tempo algum, havia se prestado para as manifestações de natureza política, menos ainda, com propósitos golpismo. E o mais grave: o próprio presidente Jair Bolsonaro, numa de suas manifestações, em frente ao referido QG, chegou a dizer que não mais obedeceria às determinações do nosso STF-Supremo Tribunal Federal.


Como nunca embarquei e jamais embarcarei na polarização Lula/Bolsonaro, preocupa-me profundamente, quando percebo que a referida polarização ainda se mantém e cada vez mais radicalizada.


Se presentemente, o que será bom para o nosso país, caso seja bom para os lulistas, os bolsonaristas, de pronto, são contras, e de igual forma, o que seria bom para o nosso país e para o ex-presidente Jair Bolsonaro, de pronto, os lulistas se colocavam contra. Daí a questão que urge ser respondida, não pelos bolsonaristas e nem pelos lulistas, e sim, pelos não fanatizados: Bolsonaro e Lula já fizeram o suficiente para se candidatarem a herói?


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Por
Narciso Mendes