Para quem acompanhou a última eleição municipal – em que pese seus atributos políticos – o prefeito Tião Bocalom só se reelegeu pelo apoio massivo da máquina do governo Gladson, na qual se incluiu a vice-governadora Mailza Assis (PP). Esperava-se que o grupo do Boca pegasse o exemplo para ser aplicado na eleição para governador, e que houvesse unidade em torno da candidatura da Mailza. Mas, a recíproca não foi verdadeira, porque o prefeito Bocalom foi o primeiro a quebrar a unidade, postando seu nome como Plano B – na verdade, para ele é Plano A.
Apostando que a Mailza ficaria nos 3% de aceitação e retirasse a sua candidatura, o grupo do Bocalom jogou suas fichas no cenário. Só que a Mailza subiu para 14% e estamos a mais de um ano da eleição, sem falar que na campanha estará sentada na cadeira de governadora e com a caneta que demite e nomeia na sua mão. O certo é que o grupo do poder tende a ir com duas candidaturas ao governo, o que favorece o senador Alan Rick (UB), candidato forte, e que vem se mantendo na liderança em todas as pesquisas feitas até aqui.
A ganância pode ajudar ainda mais na caminhada do Alan. O argumento que com a candidatura da Mailza e do Bocalom pode ser forçado a ter um segundo turno, isso é nota de 400 reais. Durante a campanha a briga entre ambos vai acontecer, nos debates e nos movimentos de ruas, e não tem quem segure a militância. Fica a rusga para um eventual segundo turno. A ganância pode ser o vetor que derrubará o projeto vencedor que tirou o PT do poder, e colocar no poder um grupo rompido com o atual sistema.
Com Mailza Assis (PP) e Tião Bocalom (PL) disputando a eleição, poderemos estar assistindo a autogagia do poder e o encerramento do ciclo que começou com o governador Gladson Cameli.
TUDO QUE PEDIU A DEUS
Disputar a eleição contra dois candidatos do poder é tudo que o senador Alan Rick (UB) pediu a Deus. Não menosprezem a candidatura do Alan, que apareceu vencendo em todas as pesquisas e deve permanecer vencendo na pesquisa a ser publicada hoje numa televisão local, ganhando dos adversários em todos os cenários, seja no primeiro ou no segundo turno. E com os adversários brigando, é um presente natalino antecipado. É um peru de Natal.
SERIA A LÓGICA
Apoiadores próximos da vice-governadora Mailza Assis se dizem decepcionados com o prefeito Tião Bocalom, e explicam: “Ela apoiou ele na sua reeleição de prefeito, e esperava que tivesse a lealdade de apoiar a Mailza”. O problema é que os que cercam a Mailza não entenderam que a lealdade é uma mercadoria, que raramente é encontrada na prateleira da política.
FALANDO DE PESQUISA
Falando de pesquisas. A pesquisa registra um momento, que só reflete uma tendência mais segura próxima da eleição. E estamos há mais de um ano para as urnas serem abertas. A pesquisa feita hoje serve apenas como um indicador de momento. Estamos longe de um quadro definidor. Ninguém comemore ou se desespere com as suas posições na pesquisa de hoje. Não há nada decidido.
ISSO SERÁ DECISIVO
O que pode ser decisivo na eleição do próximo ano seja para o governo e para senador, diz respeito ao julgamento do Gladson Cameli pelo STJ, pronto para ir ao plenário da Côrte Especial, faltando só marcar a data. Se for absolvido, nada muda. Se for condenado, tornar-se inelegível e ficar fora do mandato, é outro cenário. Se for condenado e puder recorrer no cargo da condenação, é um terceiro cenário. Então, tudo o que se falar sobre o quadro de 2026, antes do julgamento do STJ, fica no campo da especulação. Caldo de galinha nunca fez mal a ninguém. Cautela, cautela.
DISPUTA EMBOLADA
A disputa do Senado será a mais afetada pela decisão do STJ. Com o Gladson Cameli sendo candidato, dificilmente, deixará de ficar com uma das vagas, e a segunda vaga será disputada num clima acirrado. Se não for candidato, ficará uma briga embolada entre Márcio Bittar (PL), Sérgio Petecão (PSD), Mara Rocha (Republicanos) e Jorge Viana (PT).
JOGOU DURO
Em entrevista à imprensa americana, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, foi duro: disse que não vai recuar um milímetro na sua posição jurídica em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo, com o julgamento marcado para se iniciar dia 2 de setembro. O Brasil não é uma colônia americana, o Trump não entendeu isso; e o Judiciário brasileiro não pode ser manipulado por atos de chantagem.
É MUITA LOUCURA…..
É muita loucura a família dos Bolsonaros imaginar que com o tarifaço do Trump contra o Brasil, o cancelamento de vistos de entrada nos EUA de magistrados, o STF iria voltar atrás, tirar todos os processos que responde, lhe tornar elegível e aprovar a anistia dos que tentaram o golpe a toque de caixa. Os filhos fizeram foi complicar a situação do pai. Caiam na real: o ex-presidente Bolsonaro está fora do cenário da disputa eleitoral do próximo ano.
TEM QUE SER AUTÊNTICO
O governador Gladson Cameli foi autêntico em sua fala no Juruá de que toma cachaça, mas cumpre com seus compromissos. Qual o problema de tomar uma cachacinha? Não é candidato a ser Papa, que seja então sincero. Um trago não tira pedaço.
QUESTÃO DE AMOR
Não me somo aos que criticam e fazem memes das declarações de amor ao estilo juvenil do prefeito Tião Bocalom à mulher Kelen Rejane nas redes, por ser ele ter mais de 70 anos. O amor é lindo e não tem idade. Viva o amor, Boca!
MESMA CHANCE
A possibilidade da vice-governadora Mailza Assis (PP) abrir mão da sua candidatura para o prefeito Tião Bocalom ser candidato no seu lugar, é a mesma que eu ser convocado para ser atacante da seleção brasileira. Zero.
RODOU O ESTADO
Não é de se admirar o senador Alan Rick (UB) de aparecer liderando as pesquisas para o governo. Sempre divulgou muito bem seus mandatos e como senador rodou o estado todo. Tem um nome sedimentado, conhecido. Se vai ganhar a eleição é outra história, mas é competitivo.
TETO MANTIDO
As pesquisas mostram que a esquerda, mesmo estando no seu mais terrível momento político no estado, o Lula bate nas pesquisas na casa próxima dos 30%. Jorge Viana (PT), já larga em sua campanha ao Senado a partir desse número.
QUANTO MAIS SE MEXE…..
O superintendente do RBtrans, Clendes Villasboas, deveria não se expor aos questionamentos na Câmara Municipal de Rio Branco, na sessão de hoje, sobre as denúncias contra ele por assédio moral. Tem coisa que quanto mais se mexe mais fede. Melhor seria ter deixado o caso para a justiça.
FEDERAÇÃO FECHADA
A federação PP-União Brasil será sacramentada hoje com a entrega do processo de unidade na justiça eleitoral. Por decisão da cúpula das duas siglas, a presidência da federação caberá no estado ao PP, com a vice-governadora Mailza Assis (PP) como candidata ao governo do grupo.
É TOMAR NOVO RUMO
Agora só vai restar ao senador Alan Rick (UB) definir se será candidato ao governo pelo PSD-Republicanos ou MDB. Foi rifado na federação.
CONTINUA O DILEMA
A ex-deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) é um nome competitivo, o seu problema é que o bloco da esquerda está com dificuldade de montar uma chapa para a Câmara Federal. Para os partidos da direita as portas estão fechadas e nem ela vai.
PODE LIDERAR
O prefeito de Epitaciolândia, Sérgio Lopes (PL) pode despontar na campanha do próximo ano como o candidato a estadual mais votado na região Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil. São as informações que chegam.
FRASE MARCANTE
“Não use o machado para afastar uma mosca da testa de um amigo”. Ditado chinês.