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Paz e medo

Quando o medo precisa ser imposto para que a paz se estabeleça, após a pacificação o medo ressurgirá.


Nas verdadeiras democracias àqueles que conseguem chegar ao poder, em primeira mão, devem preservar os direitos das minorias. Até porque, nos regimes autoritários, nas ditaduras propriamente ditas, as minorias são sempre vitimadas, não terão voz e nem vez.


No nosso país, como os nossos partidos políticos, há bastante tempo não são respeitados, e até já chegamos a assistir alguns dos presidentes da nossa República menosprezar os seus mais elementares deveres, o que nos resta esperar? Isto jamais acontecerá nas mais respeitáveis democracias do mundo, mas no nosso país, infelizmente, como os nossos partidos políticos se transformaram em legendas de acomodações, diria até, em mercadorias, no nosso ambiente partidário tem prevalecido às leis estabelecidas pelo nosso próprio mercado eleitoral.


Nas eleições presidenciais de 1989, a primeira após à nossa redemocratização, embora tido, havido e celebrado como o político mais destacado do nosso país, e ainda por cima, presidente do PMDB, a época, o mais importante entre todos os nossos partidos políticos, ao disputar a presidência da nossa República, Ulisses Guimarães amargou um 7º lugar, e ainda teve que engolir, à seco, a disputa em 2º turno se dá entre o hoje presidente Lula e Fernando Collor de Melo, candidato do inexpressivo PRN.


De lá para cá, ao invés de termos corrigido os gravíssimos erros do nosso sistema político, partidário e eleitoral, no decorrer dos tempos, pior foi ficando. Tanto ficou que nas eleições presidenciais de 2018, o então nômade partidário, Jair Bolsonaro, já tendo sido filiado a nove partidos, acabou se elegendo presidente da nossa República e filiado a um partideco apelidado de PSL. A propósito pergunto; em que cemitério o PRN de Collor e o PSL de Bolsonaro, encontram-se sepultados?


A despeito dos erros do nosso sistema terem permanecido e até sido ampliados, tudo nos faz crer que as nossas futuras disputas eleitorais se darão fundadas no atual sistema, até porque, pouco se tem falado em reformá-lo, e do pouco que se tem falado, caso aprovado, mais disfuncional se revelariam.


Com as nossas duas principais Casas parlamentares, nossa Câmara dos Deputados e o nosso Senado, composto por representantes de mais de 20 partidos políticos, e cada um deles, como se diz na gíria, puxando brasas para assar as suas próprias sardinhas, o resultado não poderia ser outro, a não ser, a ampliação e a prevalência do mercado eleitoral.


Das tantas reformas que o nosso país tanto carece, nenhuma delas seria mais importante que a do nosso sistema político, partidário e eleitoral, até porque, enquanto o mesmo se mantiver, jamais prosperaremos, nem politicamente, nem economicamente e nem socialmente.


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